sábado, 6 de setembro de 2014

Mãe de legging X mãe de moletom

Esses dias me peguei pensando em quão sortuda eu sou por ter duas meninas lindas e saudáveis. Minhas filhas são meus bens mais preciosos e eu faço tudo o que for preciso por elas. Elas são a minha felicidade. 

Mas além de cuidar da minha família, que é a coisa mais importante do mundo pra mim, eu também preciso cuidar de mim. Equacionar esse tempo que precisamos tirar para nós mesmas é um dos maiores desafios da mãe moderna em termos de logística, sanidade e culpa. 

Mães recentes sabem que culpa se torna nosso nome do meio por um bom tempo. Tudo que os filhos passam de ruim nós achamos que a culpa foi nossa. Se ficamos perto e os mimamos somos culpadas, se ficamos longe deles ficamos é com o coração apertado. 

Após a minha primeira gravidez eu quase não conseguia fazer nada sozinha. Não conseguia achar um tempo pra mim. Demorei muito para voltar a correr. A sensação é de que aquele serzinho não vai conseguir sobreviver sem a sua presença. E que ninguém mais vai dar conta do choro dele além de você. 

Para quem tem a sorte de amamentar o bebê exclusivamente com o leite do peito, existe ainda a quase obrigatoriedade de estar sempre perto da criança. Já que ela literalmente precisa de você para se alimentar. 

Por isso é muito fácil se tornar o que eu chamo de mãe de moletom. É a mulher não consegue achar um tempo pra ela. A loucura com os filhos é tanta que não sobra tempo para cuidar do corpo e nem das suas roupas. Enfim, da auto-estima. Se o emagrecimento não vem, também não vem a vontade de usar roupas bonitas e então é só jogar o moletom largo por cima. Quem nunca criticou?

Pois é, eu critiquei. Mas confesso que apesar de todas as minhas expectativas para voltar às atividades após a segunda gravidez, vez ou outra eu me pego sendo uma mãe de moletom. A correria do dia a dia não nos deixa tempo para a academia, para arrumar o cabelo , para se vestir direito. E então você se vê levando os filhos na escola de calça jeans semi-baggy ( acima de 30 entenderão), moletom e de crocs. 

Quedê dignidade, né?!

Daí que eu entendi essas mulheres e seus moletons, mas também outras. Aquelas mulheres que eu sempre julguei em silêncio: mães do meu condomínio que eu sempre via vestindo roupa de academia, não importava a hora do dia. Algumas são donas de casa e é fácil criticar : "nossa, já não trabalha fora e ainda por cima só vive na academia!"

Pois agora eu vou explicar quem são essas mães de legging: mulheres que se desdobram em mil para cuidar da casa, do marido, dos filhos, de si mesma e que estão sempre de legging para aproveitar nem que seja 30 minutos de intervalo do seu dia para correr para a academia e pensar na própria saúde e na auto-estima. 


Parece fácil, mas eu estou sentindo na pele que ser mãe de legging é um desafio danado. 

O dia que eu planejava usar para fazer tantas coisas durante a licença-maternidade simplesmente voa e me dedicar à corrida é uma dureza. Eu praticamente só consigo se tenho ajuda em casa e da família. Como eu não posso ficar muitos dias sem treinar, tive que recorrer a levar a bebê pra academia algumas vezes. O treino foi feito pela metade mas pelo menos minha anjinha colaborou bastante. 


Se está difícil agora, já me da calafrios pensar em como eu vou ajustar meus horários quando voltar ao trabalho! Haja logística. 

Apesar de toda a dificuldade eu não quero e não vou abandonar a corrida. Ela faz tão bem pra mim que eu tenho certeza que isso se reflete nos meus relacionamentos e faz de mim uma pessoa melhor. É o que chamam de runtherapy, eu acho. 

E deixo aqui meu elogio às mães de legging e meu apoio às mães de moletom. Força, amigas. #tamujuntas

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