domingo, 19 de abril de 2015

Aos 16... aos 33.

Admitir sucessos nunca foi uma tarefa fácil.

Culpa em parte de uma infância e adolescência de baixa auto-estima. O quadro nunca foi grave. Nunca tive problemas sérios de peso, mas quando se tem 16 anos, qualquer celulite e estria parecem ser o atestado de que você nunca será uma pessoa bonita e/ou interessante no quesito visual.

E esse tipo de pensamento se infiltra em outras áreas da sua personalidade, família, relacionamentos, carreira, estética.

Ele faz parte de um processo que sempre me levou para o excesso de modéstia e humildade. Eu sei das minhas qualidades, sei das minhas conquistas, mas comemorá-las publicamente, até para efeito de um saudável marketing pessoal, nunca foi meu forte.

Mas conquistas existem, e merecem ser celebradas.

Aquela menina de 16 anos, que chorava no quarto por causa de uma estria, não imaginava que estaria 17 anos depois casada, com uma família linda, uma carreira e 21 km no currículo de corredora. (Até porque aquela menina nem pensava muito nessa história de corrida).

Mas enfim, Fast Foward, 2015, Duas filhas depois e cá estou eu correndo. Mais saudável e, felizmente, menos modesta. Pesando menos do que na adolescência correndo de tênis e sainha (!) e... olha que ironia, vestindo uma regata (de ótima qualidade) que eu comprei e tinha vergonha de usar aos 16 anos.


Obrigada, tempo.



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