Aí veio a gravidez. Você acha que é fácil controlar o ganho de peso e quando vê engorda 17 kg.
Saí da maternidade crente que perderia pelo menos uns 10 kg logo de cara, mas foi bem longe disso.
No dia do parto eu cheguei a 70,3 kg. um escândalo para uma pessoa tão diminuta (1,55 m) e que quando ficou grávida pesava 53 kg.
Depois disso, fiz um acordo com meu marido - 6 meses depois do parto eu deveria pesar menos de 60 kg, ou ele poderia me chamar de "Gô", o que seria humilhante.
Consegui, mas por muito tempo fiquei perto desse peso. Muito tempo. Voltei a fazer exercícios aos poucos, inicialmente nadei, mas ainda assim, estava estacionada.
Daí no comeco desse ano (2013) comecei a fazer uns testes de vídeo no trabalho com ajuda de uma fonoaudióloga. Ela foi sempre muito incentivadora, sempre me elogiou em tudo, e sempre demonstrou mais entusiasmo do que eu. Mas quando eu me vi no vídeo, eu reclamei que estava muito grande. Aí ela foi franca e falou: "você não está gorda, mas se você se vê no vídeo e pensa isso, vai acabar ficando insegura e isso vai prejudicar a apresentação. Se for isso, então tem que fechar a boca, não tem outro jeito."
Foi um dos pontos de mudança. Mas não o único.
Outros fatores colaboraram para o bem e para o mal. O estresse da apresentação, no final das contas, acabou colaborando para diminuir a minha fome e me fazer ir ao banheiro muitas vezes. É assim que ele afeta meu sistema digestivo. Tinha dias que eu ia ao banheiro duas ou três vezes de tanto nervosismo.
Males que vêm para bem.
Agora a parte mais saudável:
Como mãe de família que precisa incentivar a filha a comer direito, passei a almoçar em casa comida de família normal. Minha assistente do lar prepara pra gente aquele almoço básico, que eu não sei cozinhar: arroz, feijão, carne, salada e legume. Antes eu comia qualquer coisa, comia muito na rua, lanche, restaurante por quilo, etc. Agora, além de almoçar essa comida "normal" feita em cada, eu preparo a minha marmita de janta igual ao almoço. A marmita chega a assustar quem olha: é tão pequena que as pessoas acham que é para uma criança. Mas sempre tem lá: duas colheres de arroz, uma de feijão, uma de legumes, uma folha de alface, duas rodelas de tomate e um pedaço pequeno de carne. Simples assim. Além de ser mais saudável, passei a economizar no ticket restaurante. E aquele desconforto digestivo que eu sentia à noite no trabalho também se foi.
E o outro ponto fundamental: a corrida.
A gente emagrece mais ou menos do mesmo jeito que arruma namorado - quando não espera. O meu foco não era emagrecer, era correr. A corrida estava se tornando cada vez mais prazerosa e eu fazia questão de manter os treinos, fazer a musculação, acrescentar um dia de natação aqui e ali. E o emagrecimento acabou sendo um feliz efeito colateral disso tudo. Eu não tenho nada contra os #projetodisso ou #projetodaquilo. Mas, no meu caso, o que realmente funcionou foi desviar o foco da dieta para o prazer do exercício físico.
E nao vou mentir: continuo comendo pizza, mcdonalds, pão com manteiga.
Meu peso hoje está abaixo dos 50 kg. Eu nunca fui tão magra assim. Nunca tive esse peso, apenas passei por ele muito rapidamente na adolescência. Quero mantê-lo assim e acho que agora o desafio é a definição, aumentar a massa magra e reduzir meus níveis de gordura que estão em horrendos 20,6%.
Essa sou eu em setembro de 2013, ao completar 32 anos.
Não acho que seja a melhor receita de sucesso, foi apenas o que aconteceu comigo. E como eu disse, ainda há muito a melhorar, sem obsessão, e tendo como foco sempre a saúde.
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