quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Mães e bebês que correm - e quebram recordes

Não é fácil ser mãe que corre. Quem corre especialmente longas distâncias sabe que o foco na corrida é definitivo pra atingir uma meta. Ninguém acorda de um dia pra outro e diz, "acho que hoje vou correr 30 km" - sem que tenha dedicado tempo e reflexão sobre o tema. Mas quando a gente vira pai e mãe o foco muda. Você não é mais o centro das suas atenções e corre quando dá, quando a agenda dos filhos permite.

Mas a corredora sempre dá um jeito. 

Jessica Bruce não só treinou, como correu uma maratona apenas 7 meses depois do nascimento do filho Daniel. Detalhe: o bebê foi com ela empurrado no carrinho. Detalhe 2: a britânica pode ter quebrado o recorde mundial por ser a mais rápida a correr uma maratona empurrando um carrinho com bebê


Ela e o marido já eram corredores de alta performance antes do filho, claro, e por isso ela conseguiu esse condicionamento tão rápido. Voltou a treinar 4 meses após o parto.

A história saiu na Runners World gringa  . O marido correu ao lado de Jessica e do carrinho para dar aquele apoio e ajudar a abastecer o Daniel com sua mamadeira.  O Daniel, aliás, dormiu praticamente a corrida inteira, só acordou lá pelo km 32 pra mamar. 

Entendam que: correr uma maratona em menos de 4 horas já é fod@. Imagina fazer o tempo de 3 horas e 17 minutos empurrando um carrinho! A confirmação do recorde de Jessica deve sair em meados de novembro.

Eu nunca corri empurrando carrinho. Não sei se as crianças ficam realmente confortáveis ali. Mas vi muitas mulheres recorrendo aos carrinhos de bebê especiais para corrida (jogging strollers) nas viagens que fiz ao exterior. As mães corredoras realmente usam e correm com seus bebês aparentemente despreocupadas e despreocupados. Curtem o balancinho juntos. Acho que, obviamente, o esforço é ampliado para a corredora, mas se a corrida tá no sangue, a mãe se adapta.

Em tempo, um carrinho de bebê especial para correr custa cerca de R$ 1,5 mil, um modelo simples. Na hora de comprar precisa fazer um teste para a altura da mãe, e claro, garantir o mais importante: A SEGURANÇA DO BEBÊ! Checar cintos de segurança, freios e o conforto da criança. 

#NoExcuses

terça-feira, 3 de novembro de 2015

W21KAsics - a corrida que não foi

E eu escrevo aquele post toda animada para me empolgar para a corrida W21km feminina da Asics e simplesmente não deu.

Foi uma decisão difícil mas não teve jeito.  O joelho não agüentou. E eu sei exatamente o por quê. Já tenho quilômetros suficientes pra saber o que precisa ser feito para atingir um objetivo de 21 km. 

Para os 21km é preciso mais do que vontade. Precisa disciplina, disposição e aceitação. 

Precisa fortalecer os músculos para não ferrar o joelho, gata!

Não corri naquele domingo e nem fui atrás de saber nada sobre a prova pra não passar vontade. Não teve selfie, foto da chegada e nem medalha em forma de flor. 

Em vez de tudo isso, fui imediatamente procurar um ortopedista. O diagnóstico foi condropatia patelar, um desgaste. Recomendação de fisioterapia e repouso. O médico muito otimista disse que eu precisaria voltar em três semanas para ser reavaliada e - OXALÁ - liberada. 

Aguardemos e oremos.

Até porque eu falei pra ele que quero correr uma meia em dezembro!



Será que rola?


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

W21K: 10...

Faltam 10 dias para correr minha segunda meia-maratona da vida. 21 km me aguardam na USP junto com a mulherada na W21K da Asics, corrida que foi elogiadíssima no ano passado e na qual eu me inscrevi para tentar retomar o ritmo depois da moleza que veio após completar a minha primeira meia-maratona na Disney em fevereiro desse ano.

Só que quem achou que eu estou treinadíssima, preparadíssima, fortíssima igual da outra vez... Achou errado.

A gente acredita que aprende algumas lições quando adulta mas olha aí. Não estou treinada como deveria, nem na parte aeróbica, nem na muscular. Não cheguei a fazer nenhum longão decente e agora só tenho 10 dias pra isso.

Tive 2 últimos meses bastante atípicos. Não é desculpa. É apenas a vida.

Mas estou bem mais positiva do que parece. Já corri a minha São Silvestre e já corri 21 km. Não chegarei iniciante. Sei o que posso encontrar pela frente. Claro que sempre haverá aprendizado a cada quilômetro. Não diria que estou segura, mas diria que estou em paz com minhas escolhas até aqui.

E eu sei que vou completar. Apenas isso.

Hoje faltam 10.



quarta-feira, 22 de julho de 2015

Aceitação

Há algum tempo venho tentando acreditar que o mundo está caminhando pra um lugar melhor, de maior compreensão, de mais tolerância, de mais inclusão. Inclusive o mundo da corrida. E tal não foi minha incrível satisfação ao me deparar com essa imagem na capa de uma revista de corrida feminina:


A corredora da foto e a revista fizeram muito por muitas mulheres. Chega de estereotipar. Chega de padrões. Tudo é pra todos. A corrida é pra todos. A novaiorquina Erica Shenck corre há 10 anos e não tem o típico corpo de corredora. E daí?!?! A própria editora da Women's Running disse que uma vez elogiaram o corpo dela "ela tem corpo de corredora" - só que na realidade, além de corredora, ela era anoréxica.

Acho que a gente precisa ser inundado de imagens diferentes, de tipos diferentes, de gostos diferentes em todas as áreas da nossa vida, simplesmente para quebrar algumas regras que foram embutidas na nossa mente de como as coisas devem ser, de como as pessoas devem ser. Apenas deixe as pessoas serem. E respeite.

Um beijo para a Caitlyn Jenner.


"Para as pessoas que se perguntam o que é isso: isso é sobre o que acontece a partir daqui. Não é só sobre uma pessoa. É sobre milhares de pessoas. É sobre nós aceitarmos uns aos outros." - Vale pra muita coisa, Caitlyn.


segunda-feira, 20 de julho de 2015

Corrida Athenas - voa, gata!

Domingo foi dia de voltar às pistas na mesma prova que corri há algum tempo a Athenas, que antes se chamava Circuito e agora virou apenas Corrida. Algumas circunstâncias se repetiriam em 2015. Como em 2010, corri a segunda fase da prova, a mesma distância - 8 km - e de novo, foi um presente da firrrrma.

A corrida Athenas tem 3 fases e a idéia é que você escolha aumentar a distância para evoluir. Nessa segunda fase as distâncias disponíveis eram 5, 8 e 16 km. São boas opções para todos os gostos. 

Difícil foi chegar até a prova. Achei que sai de casa com um bom tempo de sobra, mas o local da prova é um pouco confuso. A largada é na Marginal Pinheiros, próximo à Ponte Transamérica, aqui em SP. Mas a arena com as tendas e expositores é numa rua atrás. O estacionamento que encontrei ficava a cerca de 1 km de distância e como cheguei atrasada por causa do trânsito tive que correr um quilômetro a mais do que pretendia hehehehe.

Quando cheguei na Marginal, a largada já tinha sido dada. Mas tinha tanta gente que ninguém ligou muito e só consegui passar pela linha com mais de 10 minutos das 7 horas. 

Comecei meio sem vontade. Aí rolou aquele pensamento de "ih, essa prova não vai fluir legal". Mas mesmo com o excesso de correrdores e o lindo sol de inverno batendo direto no olho a coisa rolou bem melhor do que eu esperava.  Como sempre, calculei de ir leve no 1º km pra aumentar o pavê em seguida.  A idéia era deixar a endorfina bater no km 4 (metade da prova) e então tacar o pau.  Deu super certo. Endorfina, essa querida, veio exatamente na hora combinada. Apertei dos 4 aos 6 e depois tentei voar dos 7 aos 8. Sprint final veio ao som de You Could Be Mine. Bem a calhar. 

Meus tempos têm melhorado porque, como venho tendo pouco tempo para treinar durante a semana, acabo fazendo treinos mais curtos e com mais velocidade. Estou me sentido a Usain Bolt. Dei um pau no gato nos metros finais e abri os braços na linha de chegada. Satisfeita e vermelha pimentão. To pegando gosto por essa coisa de correr até ficar sem fôlego... Dá até um medinho disso.

Esse foi o último dia em que os carros podiam correr a 90km/h na Marginal Pinheiros (a máxima permitida passou a ser 70 km/h). Decidi correr bem para me despedir em grande estilo. Aqui não vai ter redução de velocidade não!


Eu que tava acostumada e confortável nos 7'00" por km, agora quero mais... Ou melhor, quero menos.

sábado, 6 de junho de 2015

O futuro é agora

Ontem pela primeira vez em cerca de 1 ano e meio nós fomos ao cinema. 

Não importava muito o filme. O importante era a experiência de irmos juntos - eu e ele - e SOZINHOS. 

Ele escolheu o filme (quase que aleatoriamente, eu supus) e fomos ver Tomorrowland. 

Típico Disney, bem produzido, mensagem positiva, incentivando os sonhadores, uma sessão aventura bem feita. 

E eis que hoje, depois de correr, comecei a juntar algumas idéias na cabeça. 

Em certo ponto de Tomorrowland, um dos personagens explica que o seu futuro é construído agora. 

Ou seja, não adianta deixar pra pensar no seu futuro no futuro. Porque aí já não vai adiantar mais. 

Achei esse um incrível motivador pra quem diz querer uma vida saudável. Não dá pra começar amanhã. Não dá pra deixar pra segunda-feira. O seu futuro é o que você está fazendo agora. 

Eu corro pra ter uma vida mais saudável e longa. Pra ver minhas filhas crescerem, pra ter disposição pra brincar com elas e com meus netos (quero ser avó). 


Semana passada, nos EUA, uma velhinha de - pasmem - 92 anos! tornou-se a mulher maratonista mais velha do mundo. 92 correndo 42 km!!! Atualmente estou lendo o livro Correr do Drauzio Varella, outro que começou a correr aos 50 e aos 72 ainda corre maratonas!

Não sei se vou querer correr tanto por tanto tempo, mas se a corrida for um meio de esticar minha presença por aqui e de forma mais saudável e aproveitável. Que seja. 

Como você está preparando o seu futuro agora? O meu começou nesse sábado com 6km e um intensivo de felicidade cuidando de duas mini-me. 

sábado, 9 de maio de 2015

Seja um corredor, mas não morra tentando. Sério!

Fiquei em choque está semana com a notícia da morte do CEO da SurveyMonkey, Dave Goldberg, marido de Sheryl Sandberg, a executiva do Facebook famosa por escrever o livro Faça Acontecer. 

http://www.people.com/article/sheryl-sandberg-husband-dies-treadmill-injuries

Aos 47 anos, ele foi encontrado morto, na sala de ginástica de um hotel no México com um ferimento na cabeça. 

A causa da morte foi trauma na cabeça. Ele se acidentou enquanto corria na esteira. 

O caso fez várias publicações de corrida lembrarem da necessidade de correr em segurança. Se for em ambiente fechado, a esteira precisa estar num espaço adequado e amplo, e com uma conexão elétrica segura para evitar curto-circuito.

Outro dia, fui correr na rua, num local por onde nunca tinha passado e me dei conta de várias medidas de segurança também para quem corre ao ar livre. A música - se você fizer mesmo questão - tem que ser a um volume mínimo pra você prestar atenção ao ruído externo e ficar alerta com carros, etc. Mas o melhor mesmo é nem usar fones. Num terreno novo, preste atenção ao piso. Nesse local onde corri próximo a Marginal Pinheiros, aqui em SP, a calçada era completamente quebrada e acidentada. Foi literalmente uma corrida de aventura. E a uma velocidade reduzida. 

Na rua, corra contra o tráfego de veículos. E se for de noite, use sinalizadores de luz nas roupas e tênis. 

Outro ponto relevante: informe alguém sobre onde você vai correr e quanto tempo pretende demorar. 

E por último e obviamente importante: leve seu documento e se tiver convênio médico a sua carteirinha. Jamais corro na rua ou no parque sem eles. 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

#BostonStrong: Boston é para os fortes

Era a primeira segunda-feira de uma semana profissional intensa e desafiadora. Estava assumindo interinamente naqueles próximos 5 dias, as entrevistas AO VIVO, do jornal onde trabalho. Nas pautas já agendadas, só para aquela segunda, já tínhamos ameaças nucleares da Coreia do Norte e julgamento do massacre do Carandiru. Para o resto da semana, debate sobre casamento gay e entrevista sobre vacina de hpv. Era muita coisa pra mim, encarar o vídeo assim, ao vivo, todo dia, tão intensamente.

E logo no primeiro dia daquela semana, a pauta já saiu do script, como sempre é no jornalismo. 

Enquanto conversava ao vivo com a repórter que cobria o julgamento do Carandiru, vi com o canto do olho, no televisor que fica no estúdio, uma imagem confusa da linha de chegada de uma corrida. 

Enquanto terminava a entrevista, checava no site o que estava acontecendo. "Explosão". "Boston". "Maratona". 

Mas numa corrida? E uma corrida de segunda-feira? O que estava acontecendo? Um acidente? Gás?

Mas confirmou-se a pior hipótese: terrorismo. Mortos, feridos graves, cidade paralisada para a caça aos suspeitos, prisões espetaculares. E no fim, medo. 

Uma das minhas primeiras entrevistas ao vivo... dá pra notar o nervosismo?

Jamais podia imaginar que algo assim pudesse acontecer numa corrida de rua. Quem já foi, sabe. A corrida é lugar de descontração. Felicidade por completar um desafio. Alegria pela superação de um recorde, confraternização com pessoas que levam o mesmo estilo de vida que você é que têm a mesma paixão: correr. 

E a linha de chegada é ainda mais do que isso: é o lugar onde o corredor está no auge da sua endorfina, onde comemora o fim do desafio e em alguns casos recebe o apoio e o carinho de seus amigos e familiares. 

Mas Boston é mais. Os corredores fizeram pulsar uma energia incrível de superação. Não, o medo não vai vender aqui na nossa pista, essa foi a mensagem que todos deixaram ali, depois daquela tragédia.

A maratona de Boston 2015 acontece nesta segunda-feira, 20/04, num dia bem gelado pelo que vejo na TV (a corrida está sendo exibida no canal Bandsports). Pra quem não sabe, ela é a principal maratona dos EUA (não é a de NY, não). É a segunda maratona mais antiga da história! A primeira edição foi em 1897.

Essa foto chamou atenção em janeiro de 2015: no meio de uma mega-nevasca, um rapaz saiu à rua para limpar a neve que cobria a linha de chegada da maratona - tudo porque a Maratona de Boston exige respeito.


Estar em Boston, correr em Boston é para poucos guerreiros e guerreiras. É para os fortes. Por isso o slogan que persistirá.

#BostonStrong 

domingo, 19 de abril de 2015

Aos 16... aos 33.

Admitir sucessos nunca foi uma tarefa fácil.

Culpa em parte de uma infância e adolescência de baixa auto-estima. O quadro nunca foi grave. Nunca tive problemas sérios de peso, mas quando se tem 16 anos, qualquer celulite e estria parecem ser o atestado de que você nunca será uma pessoa bonita e/ou interessante no quesito visual.

E esse tipo de pensamento se infiltra em outras áreas da sua personalidade, família, relacionamentos, carreira, estética.

Ele faz parte de um processo que sempre me levou para o excesso de modéstia e humildade. Eu sei das minhas qualidades, sei das minhas conquistas, mas comemorá-las publicamente, até para efeito de um saudável marketing pessoal, nunca foi meu forte.

Mas conquistas existem, e merecem ser celebradas.

Aquela menina de 16 anos, que chorava no quarto por causa de uma estria, não imaginava que estaria 17 anos depois casada, com uma família linda, uma carreira e 21 km no currículo de corredora. (Até porque aquela menina nem pensava muito nessa história de corrida).

Mas enfim, Fast Foward, 2015, Duas filhas depois e cá estou eu correndo. Mais saudável e, felizmente, menos modesta. Pesando menos do que na adolescência correndo de tênis e sainha (!) e... olha que ironia, vestindo uma regata (de ótima qualidade) que eu comprei e tinha vergonha de usar aos 16 anos.


Obrigada, tempo.



domingo, 5 de abril de 2015

Gravidez: duas experiências, o mesmo peso perdido

Hoje o Facebook me lembrou de um post que fiz em 2013 comemorando a volta ao meu peso anterior à minha primeira gravidez. 

Fiz uma conta. 

Foram 2 anos e 3 meses para "recuperar" o meu corpo depois da minha primeira filha. 

Com a segunda, fiz diferente. 

E o resultado veio exatamente 9 meses depois. O mesmo peso de antes. 

Nos dois casos engordei cerca de 21 kg. No final das duas gravidezes até parei de me pesar porque fiquei chateada por engordar tanto. 

Mas foi um momento. Agora estou em outro. Bem mais magro.  

Meu marido disse que na segunda vez fui mais "radical". Acho que ele tem razão. Mas não foi só isso, não. 

Da primeira vez, tudo era culpa. Culpa de errar com a bebê. Culpa de ficar longe dela para ir pra academia. Culpa de me colocar em primeiro lugar em certos momentos. Culpa por tudo. 

E culpa engorda. Ou, nesse caso, impede de emagrecer. 

Da segunda vez, decidi me punir menos. Mesmo com duas crianças, me permiti errar. Nem todo resfriado delas é culpa minha. E elas não precisam ficar grudadas em mim durante 100% do meu tempo livre para eu provar a elas que as amo. 

Então engoli menos culpa. 

E também corri mais. Muito mais do que já tinha corrido na vida. 

Estipulei a meta dos 21 km. Um pouco para perder peso, mas principalmente por gostar de correr. Eu queria correr. Queria me dedicar à corrida aquele meu tempo que seria só pra mim, esse era o foco. 

Não diria que foi um radicalismo. Até porque não treinava tantas vezes na semana quanto deveria para uma prova de 21 km. Eram 3 vezes e olhe lá. Mas tinham os longos, de 12, 13, 15 km. Aqueles em que você já está cansada no km 3 e não tem desculpa, tem que continuar. Tem que se empurrar. Empurra e vai. 

E foi. 21kg a menos - correndo e engolindo menos culpa. 

Ninguém precisa se cobrar de perder peso rapidamente após a gravidez. Especialmente depois da primeira, quando você tem que lidar com tanta novidade e com uma outra você. 

Mas só considere que com menos culpa e mais corrida, esse período pós-filho pode se tornar bem mais agradável. E com um resultado mais saudável. 


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Desafio concluído. E agora?

Sou uma pessoa que se motiva com projetos de médio e longo prazo: minhas próximas férias, a festa de aniversário da minha filha, a compra de um carro. E sempre que concluo um, bate uma pontinha de tristeza porque aquela espera, aquela preparação acabou.

Depois de um ano, corri minha primeira meia maratona na Disney, a Princess Half Marathon. Fio uma das coisas mais legais que eu já fiz por mim. Já faz mais de um mês, saí de férias, voltei a trabalhar e ainda não recuperei o ritmo.

Em parte de propósito. Isso porque eu decidi que depois dos 21 km, eu queria desacelerar. Queria mais tempo para descansar, para cuidar da casa, das meninas, do marido, e até do cabelo, sabe? Tomei essa decisão num dia que voltei do longão. Estava feliz, com endorfina rolando solta. Mas ao mesmo tempo cansada e, pra piorar, ferida. Coloquei os documentos dentro da calça para correr e fiz um machucado horrível. Além disso, estava com assaduras embaixo dos seios e uma unha do pé totalmente preta, quase caindo... consequências da corrida, faz parte.

Mas aí me vi machucada e pensei: vamos diminuir isso aí. É pra você se sentir bem e bonita, e não assada e ferida.

Refleti muito e pensei: vamos mudar um pouco. Reduza a carga da corrida e se dedique mais à musculação. Eu estou magra, mas muito mole. E sem pegar peso isso não vai mudar. Para não se cansar tanto, nem precisar dedicar tantos dias aos treinos, escolha outra meta: que tal 10 km em menos de uma hora. É factível e não vai tomar tanto tempo e precisar de tanta logística.

Então ficamos assim: desacelerar pra curtir outros aspectos da vida, nem que seja um tempinho pra ir na manicure de vez em quando.

decisão sensata

















Buuuuuuut...

Hoje de manhã eu vi isso: W21K

COMO LIDAR?

Como lidar com essa paquitagem, com esse kit pink, com esse percurso lindo, com tantos elogios da mulherada que foi no ano passado, com o desafio de fazer 21 km correndo "de verdade" (pq na Princess Half era parar a cada 15 minutos pra tirar 500 mil fotos), com o preço camarada da inscrição, com o fato de que há tempo hábil para treinar com calma?

COMO LIDAR?

segunda-feira, 30 de março de 2015

Corre pra esteira, mas aperta o play aqui antes

Desde que comecei a correr, corro muito mais na esteira do que na rua. Pela praticidade, por ser mais perto, por ser mais rápido. Claro que correr fora é muito mais legal, ventinho no rosto, menos tédio. Mas a esteira é nossa amiga. Não curto quando rola discriminação com ela, sabe?

Dá até pra dividir
E pra celebrar essa minha querida, separei algumas inspirações:

Primeiro aumenta o som pra música mais cooooooool de 2015, na esteira:




Eu quero ouvir a mesma música que ele:




Sincronia é tudo.





É muito fácil a gente se distrair. Mas ninguém foi tão ágil para disfarçar:





E pra terminar: fails, muitos fails. Só pra deixar claro que VOCÊ NÃO PODE AGIR COMO UM IDIOTA COM ELA!

sábado, 28 de março de 2015

O corredor triste

O que a gente quer é que a corrida torne as pessoas melhores, ajude a deixá-las mais tranquilas para resolver seus problemas, que a corrida seja um momento de reflexão e também um modo para promover a saúde e a auto-estima do corredor.

Mas nem sempre é assim. Nem todo corredor é feliz, saudável ou são.

Fiquei muito triste quando começaram a aparecer as fotos de Andreas Lubitz em suas corridas.

Porque corredor, quando vê outra pessoa correndo, se identifica um pouco. Se sente do mesmo grupo. Imagina os desafios que aquela pessoa enfrenta todos os dias para, assim como você, poder correr.

Mas Andreas Lubitz devia ser um corredor infeliz. Embora aparecesse bem nas fotos de corrida que agora estão em todo lugar na imprensa.

Para os jornalistas, foi o jeito mais fácil de encontrar fotos dele, imagino. Quem faz corrida de rua sabe que você é clicado e fotografado. É fácil te encontrar com uma busca simples em alguns sites especializados.

Rodolfo Lucena, em seu blog na Folha, contou a história de Lubitz na corrida.

Andreas Lubitz era corredor e era rápido. Corria meias. Gostava da meia-maratona de Frankfurt, promovida pela companhia aérea Lufthansa, dona da companhia aérea Germanwings.

Ele era também o copiloto suspeito de derrubar um avião da Germanwings na França, provocando a morte de 150 pessoas.

Triste.


sexta-feira, 27 de março de 2015

Disney Princess Half Marathon: Meus primeiros 21 km

A noite anterior à meia maratona das princesas foi estressante. Estava dormindo muito pouco nos últimos dias, fui ao parque Animal Kingdom na véspera, tive que preparar a fantasia assim que chegamos do parque em casa e pouco antes de dormir. Mas no fim, mesmo com muito sono, deu tudo certo para acordar e chegar à prova. O marido me deixou na área de "drop off" do Epcot, onde foi a concentração.

                              

Cheguei lá, achei tudo bonito, calmo, organizado. Estava escuro ainda mas todas chegavam animadas com suas fantasias. Tirei foto com a Rapunzel e fiquei ali achando que estava tudo meio vazio. E estava mesmo porque A LARGADA NÃO ERA ALI!

Aquele lugar, na verdade, era apenas o local de recepção e o guarda-volumes. A largada era passando as tendas do guarda-volumes, e depois disso, uma caminhada de uns 15 minutos até os corrals. O meu era o "corral M". Fui muito vacilona mas consegui chegar lá a tempo. O primeiro corral largou as 5:30. Mas a minha largada foi só as 6:22, com direito a karaokê com a música do Journey. 


Os animadores da largada já nem sabiam o que falar pra entreter aquela multidão de gente, mas achei ótimo largar cantando Don't Stop Believing. Por mais clichê que seja, foi realmente inspirador. E cada largada de cada corral tinha seu próprio estouro de fogos. Emocionante. 

Corri ouvindo música mas de vez em quando tirava o fone para prestar atenção na galera e nas atrações do percurso. Levei a câmera fotográfica e decidi fotografar cada placa de milha. Afinal, era uma experiência única que precisava de registros, né. 

Além das placas, personagens foram posicionados em vários trechos para posar com as corredoras. Mas eu só peguei fila para a Branca de Neve (obviamente), a Mary Poppins e o Woody, do Toy Story.

O percurso saía do estacionamento do Epcot, pegava a estrada para o Magic Kingdom, entrava nele, passava pela Main Street, Tomorrowland, por dentro do Castelo da Cinderela e saía do parque pela lateral esquerda. Depois era mais estrada, algumas bem estreitas perto de hotéis da Disney e por fim, voltávamos ao Epcot, passávamos ao lado da Spaceship Earth (aquele globo prateado) e voltávamos para o estacionamento onde era a linha de chegada. 

O começo do percurso transcorreu bem rápido. Quando passamos pela entrada do estacionamento do Magic Kingdom eu acelerei porque estava morrendo de vontade de entrar lá! Quero ver logo o Castelo da Cinderela e sentir a emoção quase infantil de estar na Disney!

Lá, havia muita gente torcendo e o tempo todo músicas dos filmes tocando. Toda uma atmosfera pra criar um momento mágico. Realmente vontade de chorar. Corri devagar pela Main Street e quando vi o Castelo desacelerei de vez para tirar muitas fotos. 


Passando a entrada e o Castelo, viramos à direita e seguimos pela Tomorrowland. Depois demos a volta para passar por dentro do Castelo. E ali uma grata surpresa para corredoras e mamães de princesas: Elsa, Anna e Kristoff (do Frozen) estavam na sacada para nos recepcionar. 

Ao passar pelo Castelo, mais torcida e muitos fotógrafos para registrar a galera na frente daquela estrutura que a gente tanto imaginou nos sonhos. 

O resto da corrida não foi nada tedioso, graças a Deus. Muitas atrações, personagens, djs fazendo piadinhas (relaxem, vcs não estão nem na metade!), placas de milhas para tirar fotos, torcida, etc. Tudo ajudou a completar o que parecia ser quase inalcançável: 21 km ou 13,1 milhas. 

E o mais incrível é que tinha gente ali de todas as idades e "formatos". Muitas mulheres andavam, claro. Muitas também estavam claramente acima do peso, outras tinham alguma deficiência. Mas a energia era tanta que todas se sentiam empurradas e felizes por estar ali. 

Os postos de hidratação e ajuda eram outro show! Muitos. Com Powerade para tomar (era ruim, mas tudo bem) e água. Tudo oferecido em copos, numa quantidade certa para evitar que você desperdiçasse ou jogasse no chão. Muitos lixos para jogar os copos - daí o percurso incrivelmente limpo. Ofereceram também carbogel, barrinha de proteína e até um gel anti-frio para passar nas pernas que eu não peguei porque a temperatura estava absolutamente ideal. 

Eu não quis caminhar porque pus na cabeça que não queria fazer a prova em mais de 3 horas. Até porque a gente para muito para tirar fotos e eu queria compensar esse tempo. Deu certo. Fiz em 2h59min! E posso dizer que não caminhei. Existe um tempo limite de 16 min/ milha. Quem passa disso é retirado da prova :(

A chegada foi animada. Tava tocando Shake it Off na hora que terminei. Ganhei minha medalha, peguei a sacolinhas com alguns presentes (capa antifrio, etc). Me jogaram pó de pirilimpimpim (purpurina), mais foto do fotógrafo oficial, kit com comidinhas, banana e mais powerade e milhares de pessoas na área de encontro familiar (o que me levou ao erro de não conseguir encontrar o marido e ter que voltar pra casa de táxi - fica a dica pra combinar CERTINHO - o ponto de encontro porque o local é muito grande e tem muita gente. Nesse ano apenas 24 mil pessoas).


Tirei muitas fotos porque, né? Quase um ano de expectativa e tanta coisa bonitinha! Perdoem o excesso de selfies ;)

Só sei que sai dessa experiência com sensação de dever cumprido por todos esses meses e com uma recompensa incrível: uma viagem de sonhos e uma corrida de sonhos. Li uma vez um livro sobre alguns conceitos Disney de entretenimento: eles querem que você volte. De qualquer jeito. E é claro que eu saí de lá com vontade de voltar e correr tudo de novo correr outra. Correr de noite. Correr todas. Sempre haverá um motivo para voltar.


Quem quiser saber sobre as corridas da Disney, é só ir no site rundisney.com. Tem corrida nos parques da Flórida, no da Califórnia, e também em Castaway Cay, a ilha da Disney nas Bahamas para quem faz os cruzeiros Disney (já fiz e super recomendo). 

E o melhor de tudo. Hoje sou 21 km! 





sexta-feira, 13 de março de 2015

Corrida das Princesas na Disney: parte 1 - chegada e Expo

Já faz quase 1 mês! Tenho que contar tudo sobre a meia-maratona das princesas logo!

Foi uma das melhores decisões que eu tomei quanto à corrida: 8 meses e meio depois de dar à luz, completar 21 km correndo na Disney.

Incluía correr, viajar para os EUA, para a Disney, e passar tempo com toda a família - tudo que eu mais amo no mundo. 

Não foi fácil arranjar tempo e abdicar de sono e de momentos com o marido e as meninas para conseguir dar conta de treinar pelo menos 3 vezes por semana durante esses meses. 

Mas como valeu à pena. 

Então vamos falar da corrida:

Era a prova mais importante que eu iria correr depois da São Silvestre. Mas vou ser bem honesta: com a confusão da viagem, cuidar das meninas, da casa e da programação em Orlando, não sobrou muito tempo lá para me "concentrar" antes da prova. Nada de reflexões sobre o percurso, estratégias, relaxamento, nutrição, último treino. Nada disso. Os únicos  momentos que tive para pensar na meia-maratona foram na retirada do kit e na noite anterior à corrida, quando fui dormir muito tarde e minha mãe me ajudou a preparar a fantasia de Branca de Neve. 

O kit era retirado no ESPN Wide World of Sports, que fica dentro do complexo da Disney . Fui na sexta-feira de tarde, estava um sol gostoso mas bem frio. Na chegada, você é direcionado a um pavilhão onde pega o bib number (número do peito) e o manual do corredor com as instruções. Havia ainda outro pavilhão, onde estava a feira para fazer compras e retirar a camiseta. 

Achei que a Expo toda era só no primeiro pavilhão e na hora pensei que fosse super miado. Fiquei até sem graça. Isso até descobrir que a Expo mesmo era em outro local e estava absurdamente abarrotado de gente!

Falando em compras: comprei vaselina para evitar assaduras, carbogel e algo que eu queria muito: meias de compressão da running skirts (lindas com um coração). Contei para a vendedora que nunca tinha usado meias de compressão para correr e se ela achava arriscado eu usar logo na corrida de domingo. Ela sugeriu que eu desse uma treinada com elas antes pra me acostumar - não treinei - fui para o Animal Kingdom com elas no sábado e adorei. Depois usei na corrida e foi um sucesso!


Na Expo tudo é bem caro, tinha muita coisa frufru que não me agradou, os tênis New Balance da prova eu nem achei tão bonitos. Quase comprei uma fita de cabelo por 10 dólares, mas bodeei. Agora, se você curte brilhosidades, paquitagem, muita coisa rosa pompom e afins na hora de correr aquele é o lugar.
Além das compras, teve também discussões sobre corrida, saúde e dieta. E muitos stands de organizações de caridade envolvidas na prova. 

Não fiquei muito tempo porque estava com as meninas, minha mãe e o marido. Mas foi um ótimo preview da incrível organização das provas. Foram 3 corridas naquele fim de semana: 5k da Frozen na sexta (e estava realmente gelado!), 10k Enchanted no sábado e 21k no domingo (com a temperatura mais agradável dos 3 dias!). 

Tinha muita gente na Expo, muita mulher, muitas running moms, muitas famílias, tapete vermelho. Um show mesmo. Categoria Disney. Só lamentei não ter visto o treinador oficial da Run Disney, o Jeff Galloway. Mas é sempre bom deixar coisas para se fazer da próxima vez.



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Antes e depois da 2ª Gravidez - dos 21 kg aos 21 km

E lá se foram 8 meses depois de um dos dias mais felizes da minha vida.

Minha segunda gravidez foi bastante tranquila. Mas ao contrário do que eu previa, não consegui segurar o ganho de peso, mesmo praticando exercícios "de manutenção".

Tentei, juro, mas no final desisti e parei de me pesar.

Depois da cesárea, durante a recuperação no hospital, achei uma balança e pedi para o meu marido ver o número pra mim. Era só pra ele ver e não me falar. Só sei que o primeiro número era 7_ kg. Chuto que estava com uns 71,8 kg. E isso já descontando os 3 quilos da Stella.

Fiquei muito inchada nos primeiros dias e semanas. Rolou um desespero sim, de achar que a gente nunca mais vai voltar ao "normal".

Mas voltei.

Nesse fim de semana me pesei e constatei que em 8 meses fui dos estimados 71,8 kg para 50,8 kg.

- 21 kg.

De novo: sou uma pessoa diminuta. Eu não consigo imaginar o quanto meus joelhos e coluna estavam sofrendo por carregar 21 kg a mais.

E como aconteceu isso? Como foram embora 21 kg em 8 meses? Fiz algumas coisas certas e também algumas erradas.

Fiz certo de voltar à academia. Comecei bem devagar, caminhando e fui aumentando gradativamente e praticamente sem faltar. Recomecei no dia 14/07 e no dia 15 fiz a inscrição na meia-maratona das princesas da Disney. Então eu não poderia me dar ao luxo de não treinar.

Para não desistir de treinar, eu simplesmente não parei para pensar que existia a opção de descansar. Então nada de chegar em casa do trabalho e esticar as pernas no sofá. Era chegar, por a roupa da academia e descer direto, sem titubear. Nos fins de semana, eu fui obrigada a arranjar tempo para o longão, fosse de manhã bem cedinho ou no domingo às 20h.

Chegou uma hora em que eu parei de pensar muito na comida. Com o fim da licença maternidade e a rotina de trabalho, buscar na escola, cuidar da casa e tals, também malemal sobrava tempo pra comer. Nada de lanchinhos fora de hora. Não tinha besteiras à mão para comer rápido, então não petiscava.

Outra coisa: eu parei de comer por obrigação. Principalmente quando eu compro o almoço aqui no trabalho, por exemplo, eu sempre me vi obrigada a comer tudo porque eu paguei caro pela comida. Mas nos últimos tempos, se a comida não estivesse boa, eu simplesmente deixava de comer o resto.

Em casa também não faltam frutas. Especialmente porque agora, toda semana, tenho que mandar as frutas para a papinha da Stella no berçário.

E o jantar diminuiu muito. às vezes é só um pedacinho de pão integral com requeijão, ou peito de peru, ou algo assim. (Menos na sexta que praticamente virou o dia semanal da pizza)

Agora a parte errada. Por que sou adepta do #keepitreal.

Tinha dias que, antes de dormir, eu comia meio pacote de biscoito wafer de limão. MEIO PACOTE DE BOLACHA RECHEADA ANTES DE DORMIR. Nessa fase é claro que eu não estava emagrecendo.

A volta ao trabalho gerou muito estresse. E quando eu fico nervosa e apreensiva eu perco a fome. Teve um período de 10 dias em que eu perdi 3 kg, a unha quebrou, o cabelo caiu, os olhos ficaram fundos. Não foi uma fase bonita. O leite que já não estava satisfazendo muito a pequena acabou por secar de vez quando ela fez 6 meses. Infelizmente. Esse não é o jeito certo de perder peso.

Eu não consegui e não consigo ainda fazer tanta musculação quanto eu gostaria. Na verdade estou condensando um treino grande em uma vez só por semana. TÁ ERRADO ISSO, GENTE, eu sei. Por isso eu agradeço todo dia por meus joelhos e articulações não quebrarem.

Então hoje estou muito perto do peso mais baixo que eu já atingi na vida adulta, aquele que eu estava quando descobri que estava grávida de novo em setembro 2013. E, assim como naquela fase, estou magra, porém mole. Por isso, depois da meia-maratona das princesas, vou mudar um pouco o foco e manter a corrida, só que menos, e aumentar a musculação. A grande diferença hoje está na barriga - que ainda não voltou para o lugar porque ela esticou demais na gravidez. Estou com um pouco de excesso de pele, mas também não estou paranoica por causa disso.

8 meses: saindo da maternidade -no auge do inchaço pós-parto -, e no último longão de 12 km
Agora avaliando esses meses, eu posso dizer com certeza que a corrida foi o fator principal para ajudar a perder o peso. E, como da outra vez, o foco não foi o emagrecimento, foi a corrida. Eu simplesmente queria e gostava (quero e gosto) de correr 3 vezes por semana. Simples assim. Tudo veio em decorrência disso. Minha saúde física e emocional, inclusive.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

90ª São Silvestre! Eu fui! Eu fiz!

E que maneira melhor de terminar um ano do que correndo? E correndo a corrida de rua mais famosa de São Paulo, do País!

Era pra ter sido no ano passado depois que eu consegui cumprir a promessa de emagrecer. Mas aí, bem na época da inscrição, veio a gravidez. O projeto ficou adiado por um ano e quando chegou a hora da inscrição de novo fiquei apreensiva - teria apenas 7 meses para treinar a partir do nascimento da baby número 2.

Stella veio no dia 30 de maio e no dia 14 de julho voltei para a academia. Quando chegou setembro e a inscrição refleti muito. Valia à pena o esforço físico e financeiro ($135!)?

SIM e SIM.

Treinei, treinei e treinei. Superei minhas distâncias. Cheguei aos 10, depois 11, 12, 13km! Não me senti preparada, mas sabia que ia conseguir terminar. E quis fazer isso com estilo... estilo Mulher Maravilha. Um ano de tanto trabalho, correria, cuidados com a família. Foi assim que eu me senti para dar conta de tudo. Então decidi vestir o uniforme e fui à luta.

Comprei uma roupa nova na feira da São Silvestre, no dia da retirada do kit. Minha mãe deu uma procurada nos assessórios para mim e voilá: Mary Maravilha surgiu:

Na véspera eu nem tive tempo de me preparar psicologicamente. Não deu pra fazer a musculação necessária, não deu pra meditar, não deu pra pensar na estratégia, no percurso, nada. Não deu pra comer direito, nem dormir 8 horas para relaxar.

Mas chegou o dia 31/12 e lá fomos nós. Família me deixou na Alameda Santos e de lá fui encontrar a turma do Divas que Correm que também iam fantasiadas de Maravilhas. Encontrei os colegas da Firma e levei a @instagramdakitty para correr comigo.

O TRAJETO

Coração no centro de SP
Às 9 h soou a sirene. Menos de 10 minutos depois cruzamos a largada. Ritmo tranquilo pra aguetnar o tranco. Estava muito quente. Correr com esse sol no "côco" não é fácil. O começo foi lindo, passar sob o viaduto da Paulista e ouvir o povo todo gritando! Depois veio a descida fatal da Major Natanael - um perigo. Lá embaixo estava a grua com a câmera da Globo ("Mãe, tô na São Silvestre!). Passamos tranquilamente pela Avenida Pacaembu. Lá embaixo, um pepino - na entrada da Rua Margarida, primeiro posto de hidratação, o espaço afunilou. Todo mundo ficou apertado, tipo show de rock, foram uns 5 minutos de aperto até pegar a água e seguir. Até o Memorial da América Latina, outra ladeira e um ventinho delicioso para refrescar. Depois tivemos uma pequena subida, não achei grave, não, fomos bem. Vi dois caras levando corredores com necessidades especiais. Deu vontade de chorar de emoção pelo espírito guerreiro e pela força de vontade dos cadeirantes e dos caras que empurravam a cadeira pra eles. O Viaduto da Avenida Rudge e a Rio Branco foram tranquilos, com exceção do posto de hidratação de gatorade que deixou o chão da avenida um lago laranja e grudento. No centrão, o calor apertou - e o cansaço também. Na frente do Teatro Municipal, eu já tava meio morta com farofa. Foi então, no km 10, que recebi a ligação do meu marido me informando o ponto onde estavam me esperando: Lá na Brigadeiro.

Ai meu Deus a subida da Brigadeiro!

Depois de passar pelo viaduto do Chá e pela prefeitura, logo veio uma curva e o povo começou a gritar. E eu pensei, mas é isso? Já chegamos?

Já.

E começamos a subir.

O tempo todo eu fiquei monitorando o número das casas para encontrar minha família. Eles estavam no 2000 e pouco e eu olhando tudo desde o 201.

Kitty precisou me abandonar para caminhar um pouco. Eu resisti à caminhada até onde pude. Chegou uma hora na subida que eu cedi e parei o trote. Mas as pernas doeram tanto e que fui obrigada a continuar trotando - a caminhada doía mais que a corrida.

E depois de procurar muito, logo encontrei meus amores:




Saí correndo feliz num sprint e de repente me dei conta de que a subida tinha acabado. Acabou?! Já?! a expectativa de encontrá-los acabou me distraindo da dor da subida e ela acabou se mostrando mais fácil do que eu imaginava. E então, logo ali veio a curva à direita. A Paulista. A gritaria. Acabou.

Cruzei a linha de chegada, tentei chorar mas não tinha fôlego nem lágrimas de tanta secura e suor.

Nas horas mais difíceis eu só conseguia pensar que o bom não era chegar, era estar ali. "A Felicidade é o Caminho" - eu ficava repetindo pra mim mesma. Foi muito emocionante fazer parte dessa festa. Energia inacreditável. Alegria e superação por todo lado. Foi a decisão mais acertada que tomei sobre corrida esse ano.

DEPOIS

Passei o dia na energia da SS. Fomos viajar, passamos a virada do ano no interior. Tudo lindo - até o dia seguinte.

TUDO DOÍA. Músculos que eu nem imaginava que tinha, ou que nunca tinha sentido antes doíam. Bumbum, canelas, braços, exaustão total. Dormi umas 3h30 no meio da tarde sem conseguir me levantar. Mas não achei ruim não - souvenir de um dia especial, de um ano de conquistas.


 Num pequeno balanço acho que mais acertei do que errei:

Acertei na playlist (vou postar depois), na ideia de me vestir de Mulher Maravilha com roupas próprias de ginástica (e não com uma fantasia), no pedido para que a família fosse me apoiar lá (deu muito certo na Brigadeiro).

Não acho que errei, mas certamente poderia ter me preparado melhor fisicamente quanto à musculação e ao sono - nunca é demais. E claro, deveria ter me lembrado que existe o day after - e todas as suas dores musculares.

Mas tudo bem - foi ÓTIMO! A melhor maneira de fechar com chave de ouro e com um pingente de diamante esse ano tão louco que foi 2014.




Essa vai pra minha amiga Ana Júlia! Minha pupila na corrida que superou a mentora: minha ídola!


E agora que venha a Meia Maratona das Princesas na Disney!!!!

22/02/2015 tá logo aí.
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