E que maneira melhor de terminar um ano do que correndo? E correndo a corrida de rua mais famosa de São Paulo, do País!
Era pra ter sido no ano passado depois que eu consegui cumprir a promessa de emagrecer. Mas aí, bem na época da inscrição, veio a gravidez. O projeto ficou adiado por um ano e quando chegou a hora da inscrição de novo fiquei apreensiva - teria apenas 7 meses para treinar a partir do nascimento da baby número 2.
Stella veio no dia 30 de maio e no dia 14 de julho voltei para a academia. Quando chegou setembro e a inscrição refleti muito. Valia à pena o esforço físico e financeiro ($135!)?
SIM e SIM.
Treinei, treinei e treinei. Superei minhas distâncias. Cheguei aos 10, depois 11, 12, 13km! Não me senti preparada, mas sabia que ia conseguir terminar. E quis fazer isso com estilo... estilo Mulher Maravilha. Um ano de tanto trabalho, correria, cuidados com a família. Foi assim que eu me senti para dar conta de tudo. Então decidi vestir o uniforme e fui à luta.
Comprei uma roupa nova na feira da São Silvestre, no dia da retirada do kit. Minha mãe deu uma procurada nos assessórios para mim e voilá: Mary Maravilha surgiu:
Na véspera eu nem tive tempo de me preparar psicologicamente. Não deu pra fazer a musculação necessária, não deu pra meditar, não deu pra pensar na estratégia, no percurso, nada. Não deu pra comer direito, nem dormir 8 horas para relaxar.
Mas chegou o dia 31/12 e lá fomos nós. Família me deixou na Alameda Santos e de lá fui encontrar a turma do
Divas que Correm que também iam fantasiadas de Maravilhas. Encontrei os colegas da Firma e levei a
@instagramdakitty para correr comigo.
O TRAJETO
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Coração no centro de SP |
Às 9 h soou a sirene. Menos de 10 minutos depois cruzamos a largada. Ritmo tranquilo pra aguetnar o tranco. Estava muito quente. Correr com esse sol no "côco" não é fácil. O começo foi lindo, passar sob o viaduto da Paulista e ouvir o povo todo gritando! Depois veio a descida fatal da Major Natanael - um perigo. Lá embaixo estava a grua com a câmera da Globo ("Mãe, tô na São Silvestre!). Passamos tranquilamente pela Avenida Pacaembu. Lá embaixo, um pepino - na entrada da Rua Margarida, primeiro posto de hidratação, o espaço afunilou. Todo mundo ficou apertado, tipo show de rock, foram uns 5 minutos de aperto até pegar a água e seguir. Até o Memorial da América Latina, outra ladeira e um ventinho delicioso para refrescar. Depois tivemos uma pequena subida, não achei grave, não, fomos bem. Vi dois caras levando corredores com necessidades especiais. Deu vontade de chorar de emoção pelo espírito guerreiro e pela força de vontade dos cadeirantes e dos caras que empurravam a cadeira pra eles. O Viaduto da Avenida Rudge e a Rio Branco foram tranquilos, com exceção do posto de hidratação de gatorade que deixou o chão da avenida um lago laranja e grudento. No centrão, o calor apertou - e o cansaço também. Na frente do Teatro Municipal, eu já tava meio morta com farofa. Foi então, no km 10, que recebi a ligação do meu marido me informando o ponto onde estavam me esperando: Lá na Brigadeiro.
Ai meu Deus a subida da Brigadeiro!
Depois de passar pelo viaduto do Chá e pela prefeitura, logo veio uma curva e o povo começou a gritar. E eu pensei, mas é isso? Já chegamos?
Já.
E começamos a subir.
O tempo todo eu fiquei monitorando o número das casas para encontrar minha família. Eles estavam no 2000 e pouco e eu olhando tudo desde o 201.
Kitty precisou me abandonar para caminhar um pouco. Eu resisti à caminhada até onde pude. Chegou uma hora na subida que eu cedi e parei o trote. Mas as pernas doeram tanto e que fui obrigada a continuar trotando - a caminhada doía mais que a corrida.
E depois de procurar muito, logo encontrei meus amores:
Saí correndo feliz num sprint e de repente me dei conta de que a subida tinha acabado. Acabou?! Já?! a expectativa de encontrá-los acabou me distraindo da dor da subida e ela acabou se mostrando mais fácil do que eu imaginava. E então, logo ali veio a curva à direita. A Paulista. A gritaria. Acabou.
Cruzei a linha de chegada, tentei chorar mas não tinha fôlego nem lágrimas de tanta secura e suor.
Nas horas mais difíceis eu só conseguia pensar que o bom não era chegar, era estar ali. "A Felicidade é o Caminho" - eu ficava repetindo pra mim mesma. Foi muito emocionante fazer parte dessa festa. Energia inacreditável. Alegria e superação por todo lado. Foi a decisão mais acertada que tomei sobre corrida esse ano.
DEPOIS
Passei o dia na energia da SS. Fomos viajar, passamos a virada do ano no interior. Tudo lindo - até o dia seguinte.
TUDO DOÍA. Músculos que eu nem imaginava que tinha, ou que nunca tinha sentido antes doíam. Bumbum, canelas, braços, exaustão total. Dormi umas 3h30 no meio da tarde sem conseguir me levantar. Mas não achei ruim não - souvenir de um dia especial, de um ano de conquistas.
Num pequeno balanço acho que mais acertei do que errei:
Acertei na playlist (vou postar depois), na ideia de me vestir de Mulher Maravilha com roupas próprias de ginástica (e não com uma fantasia), no pedido para que a família fosse me apoiar lá (deu muito certo na Brigadeiro).
Não acho que errei, mas certamente poderia ter me preparado melhor fisicamente quanto à musculação e ao sono - nunca é demais. E claro, deveria ter me lembrado que existe o day after - e todas as suas dores musculares.
Mas tudo bem - foi ÓTIMO! A melhor maneira de fechar com chave de ouro e com um pingente de diamante esse ano tão louco que foi 2014.
Essa vai pra minha amiga
Ana Júlia! Minha pupila na corrida que superou a mentora: minha ídola!
E agora que venha a
Meia Maratona das Princesas na Disney!!!!
22/02/2015 tá logo aí.