segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Vida corrida

2014 foi um ano literalmente corrido pra mim. Grávida da segunda-filha, comecei o ano caminhando e fazendo musculação (de leve), depois dei à luz no final de maio e já em julho decidi voltar a corrida.

Com autorização da médica, voltei para a academia e bem lentamente voltei a correr. Foi uma emoção muito grande passar do caminhar para o meu primeiro minuto de trote. O retorno é uma delícia.

E de uma hora para outra me vi neste domingo completando uma corrida 12 km no parque. #alôka



Motivos para essa correria toda para correr: metas, sonhos, desafios para a Mary que corre (não a Mary mãe, jornalista, administradora do lar, esposa, etc.).

Relutei muito mas decidi me inscrever para a São Silvestre. são 15 km, com muita subida, muito calor, muita gente. Mas achei que seria um teste importante para desafios ainda maiores de 2015. Para dar conta de não quebrar nas ruas de São Paulo, precisei me dedicar ao treinamento. E melDels, como tem sido corrido.

O dia começa entre 5h e 5h40 da manhã. Mary sai correndo para o trabalho. 15h, 15h30, Mary sai correndo do trabalho para tentar chegar em casa e correr para a esteira e na esteira. 17h Mary sai correndo da esteira para a escola das filhas. 18h Mary volta correndo pra casa e corre para fazer jantar, dar comida pras filhas, banho, trocar fralda, arrumar a casa, lavar mamadeira, prepara mochila, mala, lancheira, marmiteira, põe todo mundo pra dormir zzzzzz.

A questão é que estou sempre correndo mesmo quando não estou literalmente correndo.

A combinação disso com o stress do retorno ao trabalho pós-licença maternidade acabou fazendo com que eu perdesse além de horas de sono, um pouco de peso e até cabelo.

Mas foi uma fase de readaptação. Consegui manter os treinos mesmo após vários momentos de desespero e de "eu não aguento". E neste sábado fiz meus primeiros 12 km.

12 km.

Parabéns pra mim!!!

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

#NoExcusesNoah

Faz tempo que eu não posto aqui por - olha ironia - falta de tempo. Mas consegui uma brecha depois de me inspirar na história de um cara sensacional que eu vi no programa da Ellen DeGeneres.

Noah Galloway entrou para o exército americano após os atentados de setembro de 2001. E foi gravemente ferido em combate. Ele perdeu parte da perna e do braço direitos num ataque em 2005.

Voltou pra casa arrasado. Passou a beber, fumar, só ficava em casa. Até que decidiu mudar.

Se matriculou numa academia 24 horas e foi malhar de madrugada porque tinha vergonha do corpo.

Começou correndo 5k, 10k, 42k.

Passou a fazer corrida com obstáculos.

Malhou muuuuuito.

E desde então ficou assim:

"Todas chora"
Personal Trainer, 33 anos, 3 filhos, capa da Men's Health americana e com esse corpitcho.

Seu próximo passo é um Ironman.

Galloway tá no insta e no face (corre lá, gentche! @noahgallowayathlete).

Ele usa a hashtag #NoExcusesNoah pra motivar aqueles que acham uma desculpa pra tudo na vida.

Mais sobre o gato, aqui > Men's Health

Dinada, gatas ;)

Reprodução: Facebook


terça-feira, 30 de setembro de 2014

Eco Run 2014 - de volta aos 5 km!

A data não poderia ter sido mas acertada: 28/09/2014

Exatamente um ano antes, eu fazia minha última corrida de rua antes de descobrir que estava grávida. Foram 5 km na Fila Night Race 2013 numa noite garoenta na véspera do meu aniversário de 32 anos. Meu marido chegou a levar minha filha para que ela finalmente me visse correndo mas a garoa fez a gente mudar os planos. Fiz um bom tempo (para o meu pace de pangaré) mas mesmo assim me senti extremamente cansada... Era aquela sementinha que já estava crescendo dentro de mim.


Aperta o FF

E cá estamos nós de novo - agora a corrida é o Circuito Eco Run 2014, no Jockey Club de SP, meus primeiros 5 km em um ano. Meus primeiros 5 km depois que eu me tornei mãe de duas princesas! Minha segunda filha chegou aos 4 meses enquanto eu voltava a correr na rua.

Voltei a treinar desde meados de julho e tive alguns probleminhas. Nessa última semana cheguei a ir ao ortopedista por conta de uma dor no pé, que por sorte era apenas muscular. Então tomei ibuprofeno e investi no salompas pra aguentar o tranco.

Além da recuperação física precisei me dedicar a ainda outros detalhes. A diferença na logística agora para participar de uma prova é tremenda, já que preciso me programar para dar de mamar antes de sair e então tenho que voltar correndo para amamentar a baby de novo (ela ainda não mama na mamadeira).

Chegando lá conheci uma mulher que, do alto de seus mais de 50 anos (que não pareciam), me disse que já correu 6 São Silvestres e me incentivou ¨correr é muito bom e os benefícios você vai ver principalmente quando ficar mais velha¨.

Mais tarde, eu e minha parceira Cara - minha amiga de colégio que começou a correr depois de mim e já tem duas meia-maratonas no currículo - nos juntamos a milhares de camisas vermelhas para suar nas ruas do Butantã (pertinho de casa). Ela fez 10 km, eu 5. Fomos correndo e conversando até mais ou menos a metade do meu percurso, quando chegou a hora de nos separarmos. Ela gritou que estava com inveja de mim (porque meu percurso estava acabando) e eu respondi que inveja eu tinha era dela, que estava prestes a pôr mais 10 km na conta dela.



Fui correr tranquila e satisfeita. Não fui fazer tempo, fui curtir o percurso, a multidão correndo junta, a corrida de rua. Sem pressa de terminar para poder desfrutar daquele momento que por tantos meses eu sonhei em viver de novo. Não pensei nos perrengues, só em respirar, em não caminhar, em não parar.

Foi demais.

E saí dali com a certeza de que não quero parar.

Foto Ativo.com (Sério, sair bem em foto de corrida
é um dom que eu não possuo, mas não desisto nunca)
Então recomeçamos assim: 5 km - check!

sábado, 6 de setembro de 2014

Mãe de legging X mãe de moletom

Esses dias me peguei pensando em quão sortuda eu sou por ter duas meninas lindas e saudáveis. Minhas filhas são meus bens mais preciosos e eu faço tudo o que for preciso por elas. Elas são a minha felicidade. 

Mas além de cuidar da minha família, que é a coisa mais importante do mundo pra mim, eu também preciso cuidar de mim. Equacionar esse tempo que precisamos tirar para nós mesmas é um dos maiores desafios da mãe moderna em termos de logística, sanidade e culpa. 

Mães recentes sabem que culpa se torna nosso nome do meio por um bom tempo. Tudo que os filhos passam de ruim nós achamos que a culpa foi nossa. Se ficamos perto e os mimamos somos culpadas, se ficamos longe deles ficamos é com o coração apertado. 

Após a minha primeira gravidez eu quase não conseguia fazer nada sozinha. Não conseguia achar um tempo pra mim. Demorei muito para voltar a correr. A sensação é de que aquele serzinho não vai conseguir sobreviver sem a sua presença. E que ninguém mais vai dar conta do choro dele além de você. 

Para quem tem a sorte de amamentar o bebê exclusivamente com o leite do peito, existe ainda a quase obrigatoriedade de estar sempre perto da criança. Já que ela literalmente precisa de você para se alimentar. 

Por isso é muito fácil se tornar o que eu chamo de mãe de moletom. É a mulher não consegue achar um tempo pra ela. A loucura com os filhos é tanta que não sobra tempo para cuidar do corpo e nem das suas roupas. Enfim, da auto-estima. Se o emagrecimento não vem, também não vem a vontade de usar roupas bonitas e então é só jogar o moletom largo por cima. Quem nunca criticou?

Pois é, eu critiquei. Mas confesso que apesar de todas as minhas expectativas para voltar às atividades após a segunda gravidez, vez ou outra eu me pego sendo uma mãe de moletom. A correria do dia a dia não nos deixa tempo para a academia, para arrumar o cabelo , para se vestir direito. E então você se vê levando os filhos na escola de calça jeans semi-baggy ( acima de 30 entenderão), moletom e de crocs. 

Quedê dignidade, né?!

Daí que eu entendi essas mulheres e seus moletons, mas também outras. Aquelas mulheres que eu sempre julguei em silêncio: mães do meu condomínio que eu sempre via vestindo roupa de academia, não importava a hora do dia. Algumas são donas de casa e é fácil criticar : "nossa, já não trabalha fora e ainda por cima só vive na academia!"

Pois agora eu vou explicar quem são essas mães de legging: mulheres que se desdobram em mil para cuidar da casa, do marido, dos filhos, de si mesma e que estão sempre de legging para aproveitar nem que seja 30 minutos de intervalo do seu dia para correr para a academia e pensar na própria saúde e na auto-estima. 


Parece fácil, mas eu estou sentindo na pele que ser mãe de legging é um desafio danado. 

O dia que eu planejava usar para fazer tantas coisas durante a licença-maternidade simplesmente voa e me dedicar à corrida é uma dureza. Eu praticamente só consigo se tenho ajuda em casa e da família. Como eu não posso ficar muitos dias sem treinar, tive que recorrer a levar a bebê pra academia algumas vezes. O treino foi feito pela metade mas pelo menos minha anjinha colaborou bastante. 


Se está difícil agora, já me da calafrios pensar em como eu vou ajustar meus horários quando voltar ao trabalho! Haja logística. 

Apesar de toda a dificuldade eu não quero e não vou abandonar a corrida. Ela faz tão bem pra mim que eu tenho certeza que isso se reflete nos meus relacionamentos e faz de mim uma pessoa melhor. É o que chamam de runtherapy, eu acho. 

E deixo aqui meu elogio às mães de legging e meu apoio às mães de moletom. Força, amigas. #tamujuntas

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A primeira corrida da minha Mini-Gata

Neste fim de semana finalmente consegui levar minha pequena para sua primeira corrida! Já ensaiei várias vezes mas a gente ficava com dó de acordar a pequena tão cedo (ela não curte as manhãs, assim como o pai). Mas dessa vez não teve desculpa, até porque ganhamos a inscrição do blog Divas que Correm, graças a uma foto mega-fofa minha com a Olívia que eu postei no Instagram (eu sabia que ia ganhar porque a foto é fofa demais, e não falo só por corujisse não.  Hahahah)


No sábado fomos buscar o kit: uma camiseta fofa, número de peito e várias guloseimas dos patrocinadores. À noite deixei tudo preparado para não esquecer nada, já que a operação engloba ainda levar não só a corredora de 2 anos e 10 meses mas também a irmã de 3 meses. 



No domingo de manhã foi uma correria (no sentido figurado). Acordamos as duas, vesti a mini-corredora, me vesti de corredora (porque eu também queria sair bem na foto;) e partimos. Chegamos no Shopping em cima da hora, quando a categoria da Olivia já se encaminhava para a largada!


Deu tudo certo, em blocos de 4 ou 5, as meninas partiam com os pais na largada. Corremos muito pois havia um pai-coelho na nossa frente o que incentivou a Olivia a correr muito rápido de mãos dadas comigo! Foi muito divertido - e muito rápido também. Hahahah a corrida de 50m durou apenas alguns segundos.


Mas a chegada era no parque da Xuxa, dentro do shopping. Meu marido foi nos encontrar lá dentro com o carrinho e a pequenininha e levamos a Olivia para brincar nas atrações. Em algumas ela se divertiu muito, em outras chorou e não queria ir sozinha. Mas no geral foi um dia de muita diversão. 


Tiramos muitas fotos dela com a medalha e todo o tempo lembrávamos ela de como foi legal o passeio. "A Olívia foi correr hoje, vovó. Ela correu muito rápido. Lembra que você correu hoje com a mamãe, filha?"


Eu ainda quero muito que ela vá me ver numa corrida de adultos. Não sei se ela vai se sentir muito confortável com tanta gente (ela fica meio intimidada ainda) e não sei se ela vai curtir acordar cedo só pra isso. Mas gostaria muito.  

E já tenho planos para as corridas desse ano. Ela vai ter oportunidades. Hahahaha


E espero mesmo que ela curta esse mundo da correria.


domingo, 17 de agosto de 2014

Robin, o corredor

Semana passada ficamos todos chocados ao saber da morte do ator Robin Williams. O comediante, que já teve histórico de abuso de álcool e drogas, sucumbiu à depressão e provavelmente não agüentou os primeiros sintomas do Mal de Parkinson, doença que ele não tinha revelado ao público que sofria. 

Além do Mal de Parkinson, tem outra coisa que eu não sabia e provavelmente muita gente não sabia sobre ele: Robin Williams foi um corredor. E não um simples corredor. Ele ganhou competições na escola e chegou a fazer 10k em apenas 34min21seg. Ele também praticava triatlon. 

Robin não corria mais mas uma organização que ajuda jovens com deficiência a praticarem esportes. No Instagram, a organização postou várias imagens do ator em seus eventos e lamentou sua trágica passagem. 


Eu também lamentei demais porque quando lembramos dos filmes dele, normalmente não conseguimos segurar o sorriso. Praticamente todos eram "feel-good movies", ou filmes que nós ensinavam belas lições sobre a vida e a complexidade do ser humano. 

É uma pena saber que não o veremos mais nas telas nem nas pistas da vida. 


A matéria da Runners está no link abaixo. E traz ainda um vídeo engraçado de um show de stand-up comedy onde o ator explicava por que correr uma maratona dava mais barato do que usar cocaína (em inglês).

http://runnersworld.com/general-interest/robin-williams-had-deep-running-roots


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Modern Family e as running moms (mães que correm)

Licença-maternidade é aquele período em que além de passar o dia descabelada pela casa, sobra um tempinho pra se atualizar no mundo das séries. Estou fazendo isso agora com How I Met Your Morther e Modern Family no Netflix.

E é de Modern Family que eu tiro mais uma personagem que corre (amo). Dessa vez é a dona de casa Claire, mãe de 3 filhos e que no episódio Run for your Wife, da primeira temporada, disputa uma corrida com o marido e ainda o deixa ganhar porque, né, ela o ama.

Claire: You seriously want to race me? I ran a half-marathon last year
Phil: Okay, I'm half scared


(Claire: você quer mesmo disputar uma corrida comigo? Eu corri uma meia-maratona ano passado.
Phil: ok, estou meio-assustado.)

Quando a gente pensa em meia-maratona raramente achamos que donas de casa com 3 filhos pra cuidar sejam meio-maratonistas. Mas incrivelmente, existem muitas delas por aqui e também nos EUA. Lá as mulheres são maioria nas provas de rua de 21 km! Uma pesuisa recente mostrou que nos EUA 57% dos concluintes de provas de rua são MULHERES. E a meia-maratona é a segunda prova mais procurada, atrás apenas dos 5k.

E somos muitas. O site ANOTHER MOTHER RUNNER (http://anothermotherrunner.com), por exemplo dá dicas de corridas para mulheres e mães. O blog da NYC RUNNING MAMA (http://www.nycrunningmama.com) mostra a rotina de uma mãe que corre maratonas e ultras e tem 3 pequenos pra cuidar.

No último fim de semana São Paulo recebeu a meia-maratona Golden Four Asics, uma das mais elogiadas provas dessa distância. E pela primeira vez vai sediar uma 21k FEMININA: a W21K, também da Asics. Imaginem quantas mães não estiveram e estarão lá?

E voltando à Modern Family, descobri que a própria Julie Bowen, atriz que interpreta a Claire, é corredora e com 3 meninos (2 gêmeos) em casa. Em entrevista à revista americana Runners World, ela contou que gosta de correr de manhã, e que na semana em que corre só 4x acaba ficando meio mal-humorada. E ainda diz que não é uma corredora com kms suficentes pra ser personagem de matéria da Runners.

www.runnersworld.com/celebrity-runners/im-runner-julie-bowen


A ideia de que a mulher consegue tempo para cuidar da sua corrida mesmo com a correria do dia a dia dela e da família me anima a ser uma dessas. Acho que os ingredientes são dedicação e organização. Além de saber que não é simples mas que vale a pena. E assim somos nós, modern moms de famílias modernas. 

terça-feira, 29 de julho de 2014

Corrida - O retorno - versão 2014

Eu já sabia que seria assim, afinal não foi a primeira vez que eu parei de correr e também não foi a primeira vez que eu tive uma filha.

A segunda gravidez acabou e me trouxe uma filha linda, saudável, cabeluda e sorridente. E me trouxe também 20 kg extras, um umbigo manchado, coxas grossas, uma barriga flácida e seios enormes.

Esse é o maravilhoso (ou não) período do pós-parto em que você ainda usa suas roupas de gestante porque está maiorzinha e pra piorar nunca está sem olheiras porque não consegue dormir.

Em 2 meses, 11 kg daqueles 20 kg foram embora praticamente só segurando (mas não muito) a alimentação. Parte deles também eram inchaço dos remédios da cesárea e da própria gravidez. Em alguns dias, eu perdia mais de 1kg por dia.

Mas agora é que são elas. A balança já nao apresenta resultados menores com a mesma velocidade. Agora é preciso determinação para recuperar o corpitcho. Determinação e não foco, porque foco agora é na minha família.

Pra auxiliar o retorno ao manequim de setembro de 2013, voltei para a academia assim que fui liberada. As professoras foram muito atenciosas comigo quando contei que precisava perder 10 kg e que meu objetivo é correr sem lesões.

Nessas primeiras semanas me passaram um treino de circuito. Ou seja, é musculação alternada com esteira de maneira non-stop para manter os batimentos acelerados e favorecer a queima de gordura.

Mas depois disso, reforcei meu pedido: eu quero correr.

Nos primeiros treinos eu não resisti e dei minhas trotadinhas. Achei que meu fôlego está bom para quem passou tanto tempo sem aeróbicos. Voltar da gravidz é como começar do zero, é como se eu fosse completamente sedentária, mas com algumas diferenças: meu corpo tem uma memória física do que eu já fiz e EU tenho uma memória psicológica de onde eu já cheguei. A dificuldade é adequar isso ao treinamento sem escangalhar o corpo frágil, cujas articulações estão ainda frágeis até pela presença de hormônios ligados à gravidez e à amamentação.

E quanto à amamentação... Bemmmmmm. Essa ai me causou um efeito bastante indesejado. Ou melhor, dois efeitos enormes - os petchos. Para correr carregando esses dois agora preciso vestir DOIS tops e uma regata justa por baixo de uma camiseta. Simples assim.

Nessa 3ª semana iniciei um treino para misturar trote e caminhada por um mês. Achei que pudesse estar pegando pesado mas a professora só me encorajou: "pelo seu trote você consegue fazer mais do que isso em 4 semanas"! Uhuuuuuu.

Fiz as contas e calculo que essa seja a 5ª ou 6ª vez que eu recomeço. Apesar de tanta experiência sempre é difícil. Mas assim como com as filhas, na corrida também é preciso ser paciente.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Corre, Gata voltou!

Uau parecia que esse post não ia chegar nunca, mas chegou. 

A bebê nasceu saudável no finzinho de maio e após 40 dias consegui a liberação médica pra poder voltar à academia. 

- pode voltar à correr?
- pode. 
- gradualmente né?
- claro

Só não posso por enquanto fazer exercícios abdominais por conta da cesárea. Mas de resto pode tudo, começando devagar. 

Corri para a academia para fazer minha avaliação física.

O corpitcho de 1,55 que na primavera passada chegou a pesar menos de 50 kg agora estava com 59,9 kg (abaixo de 60, pelo menos) e com 29% de gordura. 
A meta para os primeiros 3 meses de treino é alcançar 56,5 kg e 25%. 

Hoje completo a segunda semana de volta à academia. O corpo está mole e com proporções diferentes. A barriga está cheia de pele e os petchos enormes o que dificulta bastante na hora de tentar correr. 

Me propuseram um treino de recuperação de circuito para manter o batimento cardíaco acelerado e ajudar a queimar mais gordura. Então eu faço as séries de musculação e volto pra esteira várias vezes nos intervalos. Eu curti mas só da pra fazer porque no horário que eu vou a academia está bem vazia. 

E a esteira? Ah que saudade da esteira! Tem gente que detesta ela, mas não há meio melhor para (re)começar. Maior absorção do impacto, dá pra ir com chuva ou com sol, controlar melhor o ritmo. Claro que ela entedia um pouco e ainda tem a desvantagem de ter que encarar a TV ligada no VideoShow mas eu ponho uma música e tá valendo.

Renovei meu setlist e encarei até uns trotes leves porque não agüentei esperar. Minha idéia era apenas caminhar nessas dias semanas mas a ansiedade de coltar a correr era tanta que decidi arriscar (faça o que eu digo mas não faça o que eu faço, manja?). 

E após esses trotes eu entendi aquela coisa do recomeço: eu sei até onde eu consigo ir, sei que tenho fôlego, mas meu corpo precisa ser retreinado para conseguir chegar lá. 

Mas foi tão booooooom. 

E a bebê? Bom o jeito que arrumei foi ir na hora em que a mais velha está na escola e a bebê está tirando o cochilo pós-almoço (minha assistente do lar fica com ela). Enquanto estou na academia 
fico torcendo pra que ela durma o tempo todo e dá uma dó quando chego em casa e ela está acordada e chorando! A culpa materna fura o coração igual uma faca. 

Mas essa vai ser uma realidade que eu vou ter que administrar porque já estabeleci uma meta ambiciosa pra 2015: 21 km. Posso até misturar caminhada e corrida, mas eu quero estar capaz de completar essa distância até o ano que vem.










terça-feira, 8 de julho de 2014

A corredora de barrigão

Ela chamou a atenção na semana passada quando disputou uma prova de 800 m nos EUA com sua barriga de 8 meses de gestação.

A atleta olímpica Alysia Montaño, 28 anos, não quis ficar de fora do campeonato de atletismo e fez o percurso carregando seu barrigón e seus quase 15 kg da gravidez.


Ela terminou a prova na última colocação mas foi ovacionada na linha de chegada.

A corrida na gravidez não é mais uma questão de "pode-não-pode" e sim de bom senso.

Por que ela correu? Pois JÁ tinha uma praparação. Ela É ATLETA, ja tinha um PREPARO FÍSICO, e foi ACOMPANHADA por profissionais nos treinos da gestação.

No meu caso de amadora, achei por bem não correr: não tinha preparo, não tinha acompanhamento de um treinador físico e acima de tudo não tive disposição física na maior parte da gravidez ( exaustão grau 10 no primeiro e terceiro trimestres).

Na gravidez, vale seguir o clichê: o corpo é sábio, ele sabe o que você aguenta ou não aguenta fazer. Basta a gestante aceitar esses sinais.

E enquanto a Alysa correu 800 m em 2min32seg com 34 semanas de gestação, eu me esforcei pra fazer esse mesmo percurso, nessa mesma fase da gravidez, em quase 10 minutos! Hahahaha. Mas cada um com seu cada um, né?

terça-feira, 27 de maio de 2014

Pela gravidez sem vergonha

Uma campanha de uma universidade nos EUA chama a atenção para o problema que muitas jovens mães enfrentam atualmente: o direito de amamentar em público. A minha colega Rita Lisauskas que trouxe essa notícia no blog dela (http://t.co/XbbfxorqF0) e eu fiquei muito chocada com a força das imagens dessa campanha e também com o slogan. Você comeria num lugar como esse? Era a pergunta que acompanhava a foto de jovens mães amamentando seus bebês em banheiros públicos, tendo que se esconder do assédio e dos olhares atravessados dos outros.

Como se amamentar não fosse uma coisa natural. 

Não era pra ser tamanha surpresa, mas mesmo estando nessa jornada da gravidez pela segunda vez, lá pela 37a semana (ou seja, quase pronta para o "a qualquer momento") percebi finalmente que me deixei contaminar pelo fato de que - por incrível que pareça - muitas pessoas não encaram a gravidez como uma coisa natural.

Os quilos adquiridos nessa segunda gravidez se alojaram praticamente todos na barriga e nos seios. 

Isso criou uma espécie de barriga gigante em uma pessoa tão pequena como eu. 

De muita gente (a maioria mulheres mais velhas e/ou mães) recebi elogios pela "barriga linda". Mas a maioria dos comentários que ouvi durante essas transformadoras semanas foram de espanto pela barriga gigante. 

No começo eu concordava com os comentários porque a barriga estava grande mesmo, mas chegou uma hora que eles começaram a me cansar, me chatear, me irritar. Sim, era óbvio que o tamanho chamava a atenção, mas eu notava um tom meio apavorado em algumas pessoas, como se a minha barriga fosse uma aberração e não o abrigo de um bebê. 

Fiquei pensando que talvez um problema social atual é que a gente (e até eu me incluo nessa) está mais acostumado a ver o corpo da mulher como objeto do que como aquele "templo" projetado para a maternidade. Magra, gorda, gostosa, fitness, cheinha, anoréxica. Tudo isso parece ser mais normal para a maioria das pessoas do que um corpo de GRÁVIDA, que inclui não só uma barriga saliente, mas pés e mãos inchados, rosto e nariz arredondados, caminhar arrastado e lento, manchas e estrias na pele, e tantas outras modificações que são absolutamente NORMAIS. E que não deveriam ser motivo de espanto ou de vergonha para ninguém. 

Assim como amamentar também não deveria deixar ninguém chocado. Uma vez que seios não foram feitos para preencher biquínis ou para serem preenchidos com silicone. Foram feitos - sei lá por quem ou o quê - para produzirem e oferecerem leite para um bebê.  

A realidade parece estar fugindo cada vez mais da nossa concepção das coisas. Aceitamos tudo o que é moldado, fabricado, mexido, operado, malhado, photoshopado, mas não as coisas como elas realmente são. Essa noção distorcida da realidade cansa e machuca. 



#keepitreal



terça-feira, 13 de maio de 2014

Corre, grávida: 36 semanas, culpa e mãos de homem

Stella e eu chegamos juntas às 36 semanas de convivência. Seriam quase 9 meses já, mas cada um conta semanas de um jeito. Só sei que o cansaço e o esgotamento físico estão atingindo o limite. Definitivamente não há mais espaço para exercícios de qualquer natureza - só de pensar num trote leve, por exemplo, seria o equivalente a completar os 89 km da Comrades. O exercício que mais me consome calorias atualmente é pôr e tirar a Olivia no carro, ou ir do quarto à cozinha de casa. Os dois me deixam sem fôlego.

Parei pra pensar outro dia que o que mais me deixava chateada/irritada com a falta de condicionamento físico era que eu achava que a culpa era minha. Na minha cabeça, estou cansada, inchada, sem fôlego e me arrastando por culpa minha - porque EU engordei demais, porque EU não me esforcei  para controlar a alimentação, porque EU não me exercitei o suficiente.

Mas de uma hora para outra veio um insight: eu estou assim porque estou grávida.

Todos esses sintomas e incômodos fazem parte da gravidez e não adianta me culpar por tudo porque isso não vai resolvê-los.

Minha médica acha que eu sofri mais nessa gravidez do que na primeira. Talvez porque eu mesma tinha outras expectativas para ela, porque eu achava que se dependesse de mim, eu me sentiria ótima o tempo todo e teria aquele pregnancy glow (brilho de grávida).

Mas fiquei foi com um barrigão enorme e com o mesmo ganho de peso da primeira.

E mais. Estou inchando. Minhas mãos doem, algo que eu não senti da primeira vez.

Estou com man-hands.


De madrugada e quando acordo, as mãos estão tão inchadas que parecem de homem. Coisa horrorosa.

Talvez por isso eu tenha dado tanta risada ao rever o filme 'O que esperar quando você está esperando'. Sério, a personagem da Elizabeth Banks é a mais parecida comigo - a que mais sofre e aquela que acha que todas as outras grávidas são mais felizes do que ela.


Essa sou eu - incluindo a coceira - mas com alguns sintomas constrangedores a menos.

"I just wanted the glow..." (Eu só queria o brilho...)

Por enquanto, decidi reduzir o pensamento nas corridas porque, né... vamos dar tempo ao tempo e passar menos vontade.

sábado, 10 de maio de 2014

Mãe recente, ultramaratonista e recordista - ela existe

Liza Howard, ultra-maratonista americana, quebrou um recorde pessoal em abril, nos EUA.

Ela correu a Umstead 100 - uma ultramaratona de cerca de 160 km, em 15h07min. Não só chegou em primeiro entre as mulheres, como chegou em segundo de todos os competidores e bateu seu próprio recorde em ultramaratonas de 100 milhas.

6 meses depois de dar à luz sua filha.

Não posso negar que fiquei chocada com a história. Não só a mulher correu 160 km, como correu bem, correu MELHOR e ainda por cima com o peito produzindo leite!

Detalhe, durante a Umstead 100 ela precisou fazer 3 pausas para tirar leite do peito! E ainda errou o caminho tendo que correu mais de uma milha A MAIS!

Reprodução do blog dela


Fiquei sabendo da história pela Revista Crescer que entrevistou a Liza.

Claro que ela sendo atleta profissional, correndo ultras desde 2009, tem um corpo preparado para a atividade física. Contrariando as indicações médicas, ela correu durante a gravidez, mas em ritmo menor do que costumava treinar. Ela acha que a diminuição do ritmo acabou favorecendo a recuperação de pequenas lesões favorecendo a vitória expressiva na ultra.

A Crescer citou uma pesquisa de 2007, de James Pivarnik, da Universidade de Michigan, EUA sobre as atletas que voltam com tudo e até melhores após a gravidez. Segundo ele, nenhuma alteração física após a gravidez justificou a melhora do desempenho de atletas como a Paula Redcliff (venceu a maratona de NY 10 meses após ou parto) ou a Kara Goucher (bateu recorde na maratona de Boston em 2011 7 meses após o nascimento da filha). Mas psicologicamente elas podem ter mudado sim, como se pensassem "se eu posso ter um bebê, posso fazer qualquer coisa” (aspas da revista).

Mas que fique claro:

- Todo mundo pode correr na gravidez? Não.
- Gravidez é um período em que se pode/deve fazer atividade física? Sim, mas com moderação e autorização médica.
- Qualquer uma pode correr 6 meses depois do parto? Mais ou menos. Primeiro é preciso respeitar o tempo de recuperação do corpo após o parto normal ou cesárea. Depois, é preciso um tempo para que os músculos e articulações, além dos hormônios, se regularizem. Então não adianta sair desembestada - tem que começar com caminhadas leves.
- Dá pra fazer exercícios e amamentar? Dá, mas é meio que um consenso entre os médicos que exercícios de alto impacto e em exagero podem afetar a produção do leite materno - o ácido láctico produzido durante o exercício pode influenciar a qualidade e até o sabor do leite fazendo o bebê rejeitá-lo.


Não sou médica para cravar essas máximas acima. Elas são apenas resultado de pesquisas que fiz e que que eu mesma quero aplicar comigo após o nascimento da Stella para que minha volta às corridas seja saudável para mim e para ela.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Cerveja e corrida... combina?

Tem gente que acha que #gentequecorre é tudo xiita que come, dorme e se exercita só em função de poder correr, mas não é nada disso. Dá pra ter hábitos considerados mais sociáveis e ser corredor sem problema nenhum. Dá até pra curtir uma cervejinha eventual e correr muito... E até quebrar recordes!

Dia 27/04, um cara da Califórnia quebrou um recorde que pode parecer bizarro tanto pra quem corre, quanto pra quem bebe: James Nielsen, ex-atleta profissional, quebrou o recorde dos 5 minutos de uma "beer mile run". Explico: ele correu uma milha (1,6 km) em menos de 5 minutos e nesse período tomou 4 latas de cerveja. Sem vomitar

É uma espécie de desafio que tem até site o beermile.com. O James deu 4 voltas em uma pista de corrida de 400 metros e cada vez que cruzava a linha tomava uma latinha de budweiser em segundos e voltava pra pista. Fez 4 voltas tomando 4 brejas em 4'57". 

Tá aqui o vídeo pra provar. Quem filmou foi a mulher dele, que também é corredora. Mas o local eles não puderam identificar porque é proibido por lei beber em lugares públicos nos EUA.



Mas veja bem, isso não deve ser repetido por iniciantes nem no mundo dos cervejeiros quanto menos do dos corredores.  O James estudou muito sobre a composição da cerveja e os efeitos dela no corpo pra escolher a que tinha menos gás e outros pormenores. O problema todo é que além do efeito inebriante do álcool, a cerveja tem muito gás e ingeri-la seguindo de um exercício de alto impacto é quase uma receita certa para a catástrofe do sistema digestivo. A começar por provocar vômito. 

Além do desafio da beermilerun, existem mesmo corridas que terminam em cervejadas, inclusive no Brasil. Tipo, na chegada vc ganha um copão de breja ao invés de Gatorade. Existem movimentos como o Beer Runners com fãs nos EUA e na Espanha entre outros. 

E maratonista profissional também curte cerveja. O Adriano Bastos, que venceu 8 vezes a Maratona da Disney é outro que adora cervejas especiais (além de um belo hambúrguer). É só ver o instagram dele. É claro que ele não parece ser daqueles beberrões de buteco que descem 10 skol numa sentada, e sim um cara que curte degustar uma cerveja boa aqui e outra ali (além de ter uma genética que o favorece no esporte). 

O que vale na hora de misturar cerveja e corrida é o bom senso: e é claro que a cerveja é um desses prazeres da vida que tem que apreciar com moderação.

Pronto quem sabe agora eu convenço o marido a correr.







segunda-feira, 28 de abril de 2014

Corre de Tiffany, gata

Eu adoro viajar e eu adoro correr então nada mais natural do que a vontade de unir o útil ao agradável, não é?

E eis que nesse fim de semana rolou mais uma corrida feminina MARA que me deu vontade de superar os kms e gastar alguns dólares... mas claro que daqui alguns anos :D

Foi a Nike Women Series DC... corrida feminina da Nike de 21 km que aconteceu nesse fim de semana em Washington, nos EUA. Ela também tem uma edição em San Francisco, na outra costa americana.


As duas me deixaram com água na boca. A inscrição é meio muito salgada para o paladar: US$ 175. Mas gente, vejam bem. Além dos frufrus todos, de correr nessas cidades lindas com um visual incrível, as felizes que completam a prova são recepcionadas por bofes de terno que lhes entregam a medalha da prova - um pingente especial que vem naquela caixinha azul dos nossos sonhos - da TIFFANY & CO!

(PLOFT...MORRI)

No Instagram tem imagens divertidas das concluintes sendo carregadas no colo pelos boys no fim da prova e claro recebendo os pingentes da Tiffany & Co. Inveja...

Virei pro marido e comentei que quero fazer essa prova um dia... claro que no futuro, quando as meninas já estiverem maiorzinhas pra fazer essa viagem - ou pela costa oeste dos EUA, e aí eu faria a San Fran - ou para fazer a viagem NY + Washington e correr em DC no meio de praças floridas e monumentos. E a resposta foi com as sobrancelhas levantadas: tá pensando que tá rica é? Vai ter que trabalhar mais pra pagar todas essas viagens com corrida que você quer fazer.

Reprodução do IG #werundc
#corredeTiffany,gata! Porque se mulher e corrida combinam, e mulher e joias combinam, imagina juntar as três!!!




sábado, 19 de abril de 2014

A espera: pela bebê e pela corrida

Na última consulta à minha médica fiz umas perguntas na lata pra ela, pra ver se era eu que estava ficando louca e insensível ou se algumas coisas que eu estava sentindo eram normais.

Porque mães, grávidas e corredoras se comparam o tempo todo umas com as outras, e isso pode ser prejudicial para a sua paz de espírito, vai por mim.

Perguntei a ela, por exemplo, se essa coisa da grávida feliz a gestação inteira era possível , se era eu que estava com mimimi demais ou se essa felicidade 100% era mito. A resposta claro que me acalmou: gente, existe uma sensação de completude, de realização, mas passar essas incríveis 40 semanas em estado de felicidade plena é praticamente impossível.

Outra coisa que perguntei pra ela era mais relativa à corrida: afinal, é normal eu pensar tanto no depois em vez de curtir esse momento?

Sim. Especialmente para quem já passou por uma gravidez antes. Eu já vivenciei os estágios de excitação e ansiedade gravídicas uma vez na vida, já sei como é e é normal me programar para o que virá no futuro com minha segunda filha e comigo mesma.

Por isso fico antecipando quando vou voltar a caminhar, correr, emagrecer e me sentir mais leve com o meu corpo. E isso é normal, não preciso sentir culpa... ufa. muitas vezes me pegava pensando em programar minhas próximas corridas de rua e me batia um desespero porque ao mesmo tempo vinha o pensamento contrário do tipo: "pra quê você está pensando nisso agora? Que perda de tempo ficar pensando em corrida, foque seu pensamento na sua gestação!"

Mas eu amo correr. Me lembro da sensação de correr ouvindo música e sorrindo no parque pela manhã e em como aquilo me fazia sentir bem. E eu quero aquilo de novo, junto com todas as alegrias e emoções de "ser mãe" novamente.

"I want it all. I want it all. I want it all and I want it noooooooooow." Já dizia Freddie Mercury 

terça-feira, 15 de abril de 2014

Desanimou? Ouve isso

Post rápido com músicas para a corrida e para a vida que dão ânimo instantâneo!



Pharell, we love you! Obrigada por um hit tão simples e tão eficiente pra deixar a gente feliz. Por enquanto tô ouvindo no repeat.





Kevin Bacon, we love you too. Ah e também amamos Kenny Loggins por criar uma das músicas para filmes mais agitadas do cinema dos anos 80. (Ai revelou a idade!)





Revelou a idade parte 2 - clássico da Sessão da Tarde: Curtindo a Vida Adoidado.





Essa é inspiração: na série Ally McBeal (gente faz tanto tempo), a terapeuta sugere que a Ally escolha uma música para que ela fique imediatamente feliz quando estiver passando por um momento difícil, que tem que te animar quando você estiver andando pela rua de cabeça baixa. Essa foi a escolha.




Vamos escolher uma do rei? Do Pop, no caso. Essa eu adoro pra caminhar, por que né? Pensa você lá na esteira, toda suada e de tênis. Mas na sua imaginação você é uma gostosona andando por aí num salto alto e causando.









quarta-feira, 9 de abril de 2014

Keep It Real: um post #nofilter

Lauren Fleshman e outros eventos por esse vasto mundo da web me deram um estalo recentemente. Pra quem não conhece, Lauren é uma corredora profissional de longas distâncias americana que mantém um blog Ask Lauren, escreve na Runner's World americana, tem uma parceria com a grife de moda fitness Oiselle e é mãe.

Ela é ATLETA PROFISSIONAL... corredora dos 10 mil metros. E tem celulite.

A questão aqui não é a celulite. É ela admitir que tem.

Lauren escreveu um texto uóóóótimo no blog dela, que se tornou viral em 2013. E o título é esse: Keeping It Real - ou mantendo a realidade.

O ponto central do texto é: o quão diferente a realidade é do que nos é apresentado por aí... seja nas capas de revista, nas passarelas, nos blogs, nos instagrams da vida. A realidade tá passando longe e a gente quer mais e mais viver num mundo com filtro HDR.

A Lauren disse que ficou super feliz em desfilar para a Oiselle na semana de moda de Nova York em 2013 e que se viu numa foto e se achou maravilhosa e tals. Mas aí percebeu que aquela Lauren da passarela passa um pouco longe da Lauren da vida real. E postou fotos dela no dia a dia para comprovar.

Essa é a Lauren da passarela: barriga tanquinho, postura de supermodel, bronzeada, deusa.



E essa é a da vida real uma semana depois do desfile:

Fotos do blog dela




Barriga sem prender a respiração, postura pós-treino e celulite na parte interna da coxa.

A Lauren, como eu, acha que está faltando realidade por aí e sugeriu que a gente divulgasse um pouco mais disso, nos nossos blogs, instagrams, etc. E sugeriu a hashtag #keepitreal.

Eu concordo com ela. Claro que eu também gosto de sair bem na foto. Mas a vida não tem filtro HDR e vez por outra a gente precisa ser lembrada disso. Eu mesma me vejo chateada às vezes com tanta foto de gente sarada, bronzeada, bonita, feliz e que corre rápido no meu instagram do @corre_gata. Pra se ter ideia, até as grávidas parecem um pouco irreais: todas lindas, sorridentes, alegres e atletas até o NONO MÊS e que engordaram tipo só 6 kg na gestação. Ou a realidade é muito diferente ou eu é que sou uma grávida muito azarada. Claro que sou feliz com a gravidez, mas também estou cansada, inchada, engordei mais de 10 kg em 30 semanas e não aguento ir do quarto até à cozinha sem ficar sem ar.

Bom, pra manter o pé na realidade, juntei algumas histórias #keepitreal que vi por aí.

Adoro por exemplo, a campanha da Dove, que mostra como muitas de nós temos uma visão distorcida da realidade da nossa própria beleza:



Ou que tal esse curta que mostra como seria patético se posássemos por aí como fazem as modelos nas capas de revistas:



No ramo da maquiagem, também somos todos irreais. Por isso faz tanto sucesso aquelas galerias de fotos de celebridades sem maquiagem, algo que eu, por exemplo, adoro ver.

Nesse quesito, minha amiga Fica Diva mostrou no blog dela vídeos de uma marca de cosméticos que provam que por trás de toda beleza perfeita, existe uma história diferente. É o caso da maquiadora que tem acne aguda, ou da jovem linda que revela o rosto e o vitiligo.


A questão toda é essa: a realidade é imperfeita. Por mais que queiram fazer a gente engolir que não é.

Hoje a minha porção de #keepitreal é essa: Na minha 1ª gravidez engordei 17 kg e me encaminho para o mesmo na 2ª. Eu como carboidrato por impulso... muito. Sou uma corredora que ainda não conseguiu atingir um pace médio de 6min/km. Tenho uma doença autoimune chamada psoríase que faz minha pele descamar nas orelhas, couro cabeludo, cotovelo e joelhos (por enquanto) e que um dia pode me causar dores nas articulações. Posso correr linda e magra em NY um dia, e gordinha, descabelada e esbaforida no Minhocão no outro.


Enfim, vamos depender menos do filtro de cor e ver a beleza mais #nofilter das coisas, né não?

#keepitreal

sexta-feira, 28 de março de 2014

Ninguém merece

Fiquei um pouco muito passada essa semana com o resultado de uma pesquisa do IPEA aqui no Brasil que indicou que a maioria dos que a responderam acreditam que o comportamento da mulher influencia nos casos de estupro.

Sério, que mundo é esse onde tem gente que acredita que uma mulher pode ser atacada, agredida e violentada porque se veste assim ou assado, porque se comporta assim ou assado? Um ato sexual de qualquer tipo só pode ser realizado com CONSENTIMENTO. Qualquer outra coisa que alguém considere indicativo de consentimento ou de incitação não valem. Nós mulheres não merecemos. Ninguém, homem ou mulher, MERECE ser agredido sexualmente por nada. NADA.

A mulher pode usar a roupa que quiser, pode falar o que quiser, pode até sacudir os seios nua na frente de um homem que ele não tem o direito de violentá-la. Qualquer avanço sexual só pode ocorrer depois de uma única palavra: SIM e quando for dita de livre e espontânea vontade. Acreditem: não, não sei, talvez, pode ser, estou pensando, vou decidir... nenhuma dessas serve para permitir o avanço sexual. Quanto menos um tipo de roupa.

Essa gente, homens E mulheres, que acreditam que as vítimas de estupro "merecem" um ataque por algum motivo precisam ir para outro planeta. Urgente.

Sério, eu estou botando gente nesse mundo, e esse não é um mundo que eu quero para as minhas filhas. Isso tem que mudar.

Eu quero voltar a correr, e correr de top e sainha sem ser visual, verbal ou fisicamente agredida por ninguém por causa da roupa que estou vestindo. Eu quero que minhas filhas usem a roupa que elas se sentirem mais à vontade, que corram só de top e saia também, que vivam livremente sem serem obrigadas a sentir medo ou a serem coagidas por qualquer palavra ou atitude de gente que acha que elas "merecem" qualquer agressão sexual.

Vejam outros resultados revoltantes dessa pesquisa (os grifos em vermelho são meus):

Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas
22,4% - concorda parcialmente
42,7% - concorda totalmente 
Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros
23,2% - concorda parcialmente
35,3% - concorda totalmente 

A mulher casada deve satisfazer o marido na cama, mesmo quando não tem vontade
13,2% - concorda parcialmente
14% - concorda totalmente

Tem mulher que é pra casar, tem mulher que é pra cama
20,3% - concorda parcialmente
34,3% - concorda totalmente
E sabe o que eu tenho certeza? De que quem respondeu isso não é necessariamente ignorante ou pouco educado. Tem muitos por aí, com dinheiro e educação no currículo que pensam e disseminam ideias como essa, mesmo achando que não estão fazendo isso. Seja explicitamente ou na base de piadinhas infames dia após dia. 

Esse vídeo divulgado há algum tempo foi feito na Índia, onde os casos de estupro beiram a insanidade. É até angustiante encarar o sorriso das meninas enquanto a gente fica tão revoltada com o assunto.


quinta-feira, 27 de março de 2014

Comidas Sem

Eu não sou a melhor pessoa pra dar dicas de alimentação. Tenho algumas noções de nutrição do tipo: comer mais saladas, frutas e legumes, bastante proteínas, algum carboidrato e quase nenhum doce ou fritura. Só que não sigo à risca algumas leis básicas de reeducação alimentar e escapo às vezes, ou melhor, quase sempre. A dieta nunca foi meu forte porque eu ADORO COMER, especialmente comidas que eu considero saborosas.

Mas é claro que qualidade de vida e saúde dependem do que você come (chovi no molhado - dãããã).

O que vem me intrigando nos últimos tempos é que essa obsessão pelo que se come toma conta das conversas, principalmente de gente que curte malhação e corrida. E o que é mais bizarro que muito se fala de alimentação, mas pouco se fala de alimentos de verdade.

Já percebeu? A moda agora é a comida sem. Sem glúten, sem lactose, sem gordura, sem açúcar, sem sal, sem cafeína, sem trigo, sem ovo, sem soja, sem sabor, sem qualidade nutricional, sei lá...

Outro dia me vi tomando um café da manhã com leite desnatado (sem gordura), café descafeinado (sem cafeína), adoçante de stévia (sem aspartame ou ciclamato), pão integral (sem alguma coisa que um pão normal tem) e requeijão light.

Me pergunto o que sobrou de tudo isso?

Claro que é bom e às vezes necessário limitar a  ingestão de substâncias que não fazem tão bem. Especialmente para pessoas que realmente são alérgicas ou intolerantes a certos alimentos. Mas VIVER à base de Comidas Sem parece uma coisa tão SEM GRAÇA que causa espanto em mim e na minha avozinha de 90 anos que, mesmo com problemas cardíacos e hipertensão, come de tudo. Só limita o sal e não come peixe porque não gosta (só gosta de bacalhau).

E isso porque eu nem entrei no papo da alimentação feita à base de não-alimentos: tipo pós coloridos e suplementos.

Só sei que eu preciso melhorar um pouco a minha relação com a alimentação, comer menos por impulso e mais racionalmente para nutrir o meu corpo e a minha bebê. Não condeno quem toma suplementos até porque existe um uso indicado para eles e usando com responsabilidade, por que não? Só acho que para tudo na vida é preciso EQUILÍBRIO. Será que às vezes uma fruta não é melhor que uma barra de suplementos e substâncias químicas? Será que um belo prato de salada com carne magra não te faz melhor do que um copo com água e uma colher de pó colorido?


Posso estar errada em muitas opiniões porque não sou nutricionista. E essas são apenas OPINIÕES que um dia eu posso até mudar. Mas por enquanto, o que eu vou tentar procurar é um tipo de alimentação com COMidas de verdade COM nutrientes, COM saúde e COM ingredientes que minha avozinha saiba pronunciar.



segunda-feira, 24 de março de 2014

Caminhar para correr - Run-walk-run

Acho que todo mundo que inicia no mundo da corrida sonha com a hora em que vai conseguir parar de caminhar e completar um percurso ou um período inteiro só correndo, sem andar.


É o senso comum, certo? Eu também pensava assim. Mas descobri recentemente que existe outro método de treinos para corredores - inclusive para maratonistas - que usa a caminhada como tática para dar mais pique e fazer os corredores correrem mais e/ou mais rápido.

É o método run-walk-run, do ex-atleta americano Jeff Galloway. Ele é um treino intervalado, mas esse é o foco. Segundo o Jeff, o intervalo da caminhada restaura as energias e dá mais pique fazendo o corredor aguentar mais o ritmo.

E as duas vantagens que fizeram meu coração bater mais forte: são só 3 treinos por semana com treinos curtos de menos de uma hora, o que ajuda a evitar lesões. O terceiro treino semanal é o longão, com base na distância. E só com isso, ele garante, que dá até pra correr maratona, ou diminuir tempo em maratona.

Parece mágica?

Acho que ele mesmo concorda. Tanto que crivou o termo Magic Mile, para você calcular a sua milha mágica e prever o seu tempo numa prova.

Jeff explicando seu método (em inglês). Ele sugere que não seja feito alongamento antes da corrida, para evitar lesões. O aquecimento é baseado em alguns minutos de caminhada. Depois vem os intervalinhos de corrida e caminhada por mais um período e então a corrida mesmo.

Dos poucos relatos que achei de corredores blogueiros, todos foram positivos. Um deles apenas citou que é um pouco chato ser ultrapassado toda vez que você faz a pausa da caminhada na prova, e também ficar recebendo incentivos de corredores durante a prova para voltar a correr. Outra coisa que confunde um pouco é a conversão para milhas, mas não chega a ser tão difícil assim.

Acho que definitivamente vou tentar usar esse método quando voltar pra pixxxta após baby Stella. Já são vários projetos de corrida para o fim do ano e o começo de 2015. Enquanto não posso correr, vou pesquisando tudo sobre o assunto. Esse foi meu primeiro contato com a ideia do run-walk-run... quando tiver mais infos eu atualizo aqui.

sexta-feira, 21 de março de 2014

I run for life

Tem quem não entenda os motivos que levam os corredores a se sacrificarem tanto por esse esporte. A gente tem que espremer horários, acordar quando ainda está escuro para treinar, cuidar da alimentação, rejeitar compromissos e eventos sociais para não cansar o corpo. Organizar horário para cuidar da família e para ficar com quem a gente ama e treinar. A gente gasta horas lendo sobre o assunto para tentar definir qual tipo de treino vai ser melhor, em qual tênis investir. Gasta com fisioterapia para prevenir e ou tratar lesões. A gente perde sal pela pele quando corre. Tem maratonista que termina a prova mais baixo de tanto impacto que o corpo sofre com as passadas. A gente passa frio correndo na neve ou na chuva. A gente passa calor. A gente fica sem fôlego. A gente sua. A gente sofre, sim. 

Então por que a gente corre?

Eu corro para celebrar o fato de que eu tenho um instrumento em perfeito estado que é o meu corpo, que responde aos meus comandos, que tem força, que tem energia. Para homenagear o fato de que eu sou livre pra fazer isso e também para não fazer, se eu não quiser. Para comemorar por ter todas as condições necessárias básicas pra ser feliz todos os dias, mesmo com todos os imprevistos que a vida traz. 

Eu corro porque eu quero, porque eu gosto, porque eu posso. 

Porque tem gente que a gente ama que não pode. 

Eu corro porque eu sou mãe. Porque eu PRECISO ser o exemplo. Ou UM exemplo.

Porque eu tenho SAÚDE. E quero ter pela maior parte do resto da minha vida. 

Eu corro para agradecer à vida. 

...

Outro dia descobri essa música da Melissa Etheridge. Ela teve uma doença cruel. Sofreu e venceu. Quando eu ouvi pela primeira vez mal consegui segurar as lágrimas. Quando eu voltar a correr após o nascimento da Stella, essa canção vai estar na minha playlist ETERNA. Pega o lencinho:



Em inglês, o verbo run não significa necessariamente correr, mas também, disputar, ir, concorrer, depende do contexto. Mas esse é o significado que eu dei pra ele aqui: CORRER.

Quer mais razões pra entender essa "gente que corre"? Então tó (vídeo lindo da New York Road Runners, que organiza as corridas em NY):







terça-feira, 18 de março de 2014

Que corre, gata, o quê!? Agora é hora de desacelerar

O 3º trimestre chegou chegando na segunda gravidez. Antes de qualquer coisa, o importante é que Stella está ótima. Medida, peso, fisiologia... tudo certo como deve ser. Só a mamãe aqui é que tem que se cuidar.

Stella é bastante ativa. Também pudera. O volume de líquido amniótico para ela poder nadar está um pouco acima do normal e isso explica o excesso de chutes e socos que sinto internamente. Qualquer dia ela vai me derrubar da cama e do sofá - tamanha a força.  O problema é que esse é um sintoma de diabetes gestacional – o fantasma que volta a assombrar.

Peguei o resultado desse exame e achei que estava tudo bem, mas veja a ironia do destino. O índice atual que indica a diabetes gestacional é 153 ou mais (não sei o nome dele). O meu deu 152. Acontece que a associação de médicos mudou esse valor no último ano. Então se eu fizesse esse mesmo exame dois anos atrás eu seria considerada diabética gestacional (porque o índice limite era 144).  Então eu bati na trave de novo... ou seja, preciso simplesmente cortar totalmente o açúcar e diminuir os carboidratos para tentar parar de engordar.


Fora o excesso de peso, o cansaço é algo inacreditável. Não sei se é o peso da barriga, ou o fato de que agora eu tenho uma bebê em casa para cuidar. Mas a exaustão é impressionante. É do tipo, caminhar do quarto até a cozinha e chegar lá sem ar. Para quem corria 10 km, isso é muito bizarro. 

Comecei a refletir sobre o meu estado e decidi reduzir o ritmo. No geral, fazer tudo mais devagar, sair do carro, pegar a Olivia, apanhar coisas do chão... tudo DE-VA-GAR. Exercícios também serão reduzidos. Pensei em estabelecer no máximo mais 4 semanas. Me permito parar em duas semanas (a partir de abril). Mas se conseguir continuar, passo a fazer duas vezes por semana, e não três. E testar caminhar na piscina pra ver se me adapto.

Essa semana deixei a esteira. Passei a caminhar pelo condomínio um tempão e depois vou para a musculação. É mais fácil par reduzir o ritmo caso os batimentos subam e me sinto menos humilhada porque não fico comparando minha velocidade-gestante com as outras pessoas que usam a esteira para correr a 10 km/h. 


O foco agora é outro. Não quero abandonar o mundo da corrida (no qual quero viver mesmo sem correr) nem a atividade física porque tudo isso me deixa feliz. Mas digamos que o tempo gasto com isso e a intensidade com a qual eu vivo isso vão diminuir. O foco é a saúde, minha e das minhas filhas. 

terça-feira, 11 de março de 2014

Para as corredoras, com amor

Tem gente que não gosta de "comemorar" o Dia da Mulher. Não por machismo, mas por acreditar que ele na verdade só ameniza um problema que é a falta de respeito com a qual a maioria das mulheres tem que lidar nos outros dias do ano.

Não condeno a data, mas também não chego a fazer uma festa. O motivo é que eu sou a favor da campanha respeito sempre, respeito que não se conquista apenas com uma rosa e uns bombons em dias especiais.

No Brasil Post, uma articulista pedia respeito para poder sair de short na rua sem ser assediada ou sem pensarem que ela está se oferecendo por exibir as pernas. Outra coisa que ela pedia, era para não sentir vergonha de correr sem camiseta, e só de top, enquanto os homens no parque correm à vontade com o peito nu e ninguém os incomoda, ou olha, ou julga, ou sei lá mais o que de agressivo eles possam sofrer.  

No mundo das corredoras, tem muitas mulheres que me inspiram muito.

Corre Paula, por exemplo,  é mãe solteira de uma menina linda. Da conta da filha, trabalha, rala, e ainda corre ultras. Sua paixão pela corrida é uma coisa que dói na pele e ela vive a vida com muita leveza, sem cagar regras ou indicar receitas com whey protein ninguém. Pura garra.

Ela correu o El Cruce com a Gabi Manssur, uma promotora de justiça, mãe de dois meninos, linda, fashion, e que ainda trabalha procurando justiça para as mulheres que sofrem violência.

A Debs, tem uma multidão de seguidoras no Instagram. Dentista, mãe da Duda, casada e feliz, mostrou nas suas redes sociais a determinação e o bom humor necessários para cuidar da vida e correr pela primeira vez uma maratona em Berlim, em 2013. E desde o final do ano, virou fonte de inspiração ainda maior quando revelou a todas que precisava tratar um câncer e hoje está fazendo químio, correndo careca, superando as próprias dificuldades para se ajudar e ajudar muitas outras que enfrentam essa e outras batalhas.

A Giselli, criou o Divas que Correm há um ano.  O blog conta as histórias dela e de outras Divas da vida real com a corrida. No Dia da Mulher, ela promoveu um treinão em SP que reuniu dezenas e sempre levando em conta a diversidade e a realidade da mulher corredora brasileira. 

E tem muitas outras que me inspiram, motivam, divertem, me fazem torcer por elas como a Run Ju Run, a Camys Pensando Magro e tantas outras que a gente conhece aqui nesse mundão louco da internet. Sem falar nas musas da vida real: tipo a minha amiga Ana Julia que corre de São Silvestre à Pampulha e me deixa cheia de orgulho com frases do tipo: "eu não quero emagrecer mais, senão fico sem bunda - tá bom assim!" (E não deixa de curtir sua cervejeira eventualmente). Ou a Lilian que corre pela vida, nada, pedala e gosta de vários esportes mesmo tendo que lidar um uma condição chata que muitas vezes tenta abalar suas estruturas mas que não consegue. 

Solteiras, casadas, divorciadas, viúvas, jovens, mães, veteranas, magras, gordinhas, baixas, altas, que buscam saúde, disposição, um corpo mais bonito, um corpo mais forte, sonhadoras, lutadoras. Só posso dizer que nesse mundo, nós corredoras somos todas vencedoras, não importa se nossas medalhas dizem 5, 10, 21ou 42k. Todas muito diferentes e ao mesmo tempo com uma mesma paixão. 

Que venham mais corridas e corredoras para esse nosso mundo ficar melhor.

Feliz dia, ou melhor, Felizes 365 dias, Corredora.



sexta-feira, 7 de março de 2014

Parabéns! Você atingiu sua meta! #SQN

Acordei de péssimo humor hoje. Sexta-feira é o dia da pesagem e confirmei o que eu sabia que me deixaria pra baixo: atingi a meta de peso que eu esperava para essa gestação. Só que faltando 3 meses para dar à luz!

Da outra vez eu fiquei muito mal por causa do peso que ganhei e demorei a perder e dizia que meu melhor conselho para gestantes era esse: controle o ganho de peso. 

Só que eu mesma não consegui segui-lo.

Meu ganho de peso com a gravidez da Stella está exatamente no mesmo ritmo do da gravidez da Olivia: com uma vantagem de 3 kg a menos, já que quando engravidei dessa vez estava 3 kg mais magra. 

Mas veja bem: da outra vez eu não fui pra academia, não acordava cedo pra fazer ginástica, não gastava uma fortuna por mês em sacolão com frutas e legumes e nem comprava tudo integral. Na verdade eu mais me entupia de bisnaguinha e bolacha recheada. 

O que deu errado dessa vez?! 

Mesmo comendo muito eu achava que as caminhadas e esse monte de frutas com aveia e linhaça e sucos verdes iriam ajudar. Mas não deu certo. 

Na academia, tive que diminuir os kms hoje por falta de fôlego e até na musculação as cargas pareciam mais pesadas. 

A única coisa que melhorou um pouco a minha manhã foi uma mulher que começou hoje na academia e virou pra mim um tanto surpresa: 
- De quantos meses você está? 
- 6 e meio. 
- E consegue fazer tudo isso de exercício?
- Eu fazia uma hora de esteira mas agora o fôlego está diminuindo. 

E ela saiu com o olho arregalado. 











quarta-feira, 5 de março de 2014

Correr feliz é correr cedo (Happy, do Pharrell Williams)

Desde que assisti à apresentação do Pharrell Williams no Oscar eu fiquei obcecada pela música dele que concorreu ao prêmio pelo desenho Meu Malvado Favorito 2. Gente, o homem fez a Meryl Streep requebrar num dos programas mais vistos da TV e deixou a Amy Adams e a vencedora Lupita Nyong'o soltinhas, soltinhas.


Aí fui atrás do clipe pra ver e ouvir, e gostei muito da história desse vídeo. O Pharrell criou o primeiro videoclipe da história com 24 horas. São 24 horas da música Happy tocando sem parar, sem edição, durante o que seria um dia inteiro na cidade de Los Angeles. Cerca de 400 figurantes e alguns famosos participam. Cada vez que a música toca ela "conta" a história de um desses personagens. Dá pra ver o clipe inteiro no site ou em blocos de uma hora no YouTube, e claro tem o clipe oficial editado uma única vez (que já basta).

E o que isso tem a ver com corrida?

Bom, primeiro que essa pode ser uma ótima powersong porque é super pra cima. Animada e feliz. Adoro música feliz.

Segundo porque o que me chamou a atenção quando procurei o vídeo foi isso.


Acidentalmente, cliquei no bloco de uma hora que mostra o período entre 5 e 6 horas da manhã. E o que acontece a essa hora do dia?

Os corredores estão na rua... correndo.

Esse blocão mostra vários personagens correndo por Los Angeles inclusive os minions, do Meu Malvado Favorito.

Isso me fez pensar em como somos loucos nós corredores que adoramos acordar super cedo, às vezes ainda quando está escuro, para enfrentar frio, chuva, sol, neve, o que for, para correr.

Eu estou no meu recesso gestacional agora, mas antes disso estava indo correr eventualmente às sextas-feiras no Parque Villa Lobos em SP. Eu trabalhava até as 22h e ia dormir bem tarde, mas às sextas, eu acordava às 6 da manhã para dar uma carona para minha mãe e aproveitava para fazer meu longão no parque.

Eu passava o dia esgotada e com muito sono. Mas, em compensação, essa corrida ao ar livre pela manhã bem cedo me fazia um bem danado. Melhorava meu ritmo e simplesmente me deixava feliz.


Sou suspeita, sou do time dos corredores matinais.

Quero voltar a correr logo ;)
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